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Grandes Vultos do Espiritismo

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti

Adolfo Bezerra de Menezes, mais tarde conhecido como o Médico dos pobres, nasceu em 29de agosto de 1831, no atual município de Jaguaretama (CE), antiga Freguesia de Riacho de Sangue, filho de Antônio Bezerra Cavalcanti, tenente-coronel da Guarda Nacional e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.

Desejando ser médico, Bezerra parte para o Rio de Janeiro em 5 de fevereiro de 1851, com parcos recursos financeiros, mas com muitos sonhos. Doutorou-se em Medicina aos 25 anos de idade, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi eleito membro da Academia Imperial de Medicina e nomeado cirurgião-tenente do Corpo de Saúde do Exército em 1858, quando passou a assinar o seu nome sem o Cavalcanti.

Casou-se, em primeiras núpcias, com Maria Cândida de Lacerda, com quem teve um casal de filhos. A esposa vem a desencarnar cinco anos após o casamento e depois de dois anos de seu desencarne, Bezerra casa-se com Cândida Augusta de Lacerda, irmã materna de sua mulher. Tiveram cinco filhos.

Desde o início de sua vida profissional só cobrava de quem podia pagar e a maioria de sua clientela era de gente necessitada. Não recebia contribuição financeira, mas sim muita gratidão e amor, que o fizeram querido pela comunidade local. E fazia a seguinte definição de médico: “O médico verdadeiro é isto: não tem direito de acabar uma refeição, nem de escolher a hora, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe, ou no morro; o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro; esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o Anjo da Caridade, que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vais e vens da vida.”

Elegeu-se vereador pela primeira vez em 1861, reeleito em 1864, para depois tornar-se deputado federal em 1867 e membro da Comissão de Obras Públicas, figurando em lista tríplice para uma cadeira no Senado. No período de 1879 a 1880, foi presidente da Câmara Municipal, cargo equivalente ao de prefeito e deputado federal.

Como político, sempre foi defensor da liberdade, abolicionista e buscou regular o trabalho doméstico. Também já alertava seus pares a respeito da poluição  existente no Rio de Janeiro.

Decepcionado com as perseguições e calúnias a seu respeito, abandonou a política.

Foi autor de bibliografia extensa, que inclui desde biografias de homens célebres a trabalhos sobre a escravidão no Brasil e a seca no nordeste brasileiro. Na lista também há romances como A Pérola Negra, História de um Sonho, Lázaro o Leproso, O Bandido, Viagem Através dos Séculos, A Casa Assombrada, Os Carneiros de Panúrgio, Casamento e Mortalha (inacabado)além da importante obra A Loucura Sob Novo Prisma.

Conhece o Espiritismo ao ler um exemplar de O Livro dos Espíritos, ofertado pelo também médico e amigo, Joaquim Carlos Travassos, que havia traduzido a obra para o português. Após ler a obra e identificar-se profundamente com ela, diz que já “era espírita inconsciente”. Nada mais natural, pois seus exemplos de amor ao próximo sempre estiveram presentes, desde que nunca deixou de repartir com os outros seus recursos materiais. Dez anos depois deste episódio, proclamava sua adesão solene ao Espiritismo, perante 2.000 pessoas, no Solar da Guarda Velha, em 16 de agosto de 1886.

Em 1889 é convidado a presidir a Federação Espírita Brasileira, onde institui o estudo sistemático e semanal de “O Livro dos Espíritos”. Preside a FEB, mais uma vez, de 1895 a 1900, até o seu desencarne. Sempre lutou pela união dos espíritas brasileiros.

Profundo conhecedor do Evangelho de Jesus, que leu, interpretou e praticou. Escreveu também, sob o pseudônimo de Max, uma série de artigos sobre a doutrina espírita nos jornais “Jornal do Brasil”, “Gazeta de Notícias” e “O Paiz”, este último dirigido por Quintino Bocaiúva. Posteriormente, esses artigos foram organizados, originando os três volumes de  “Estudos Filosóficos”.

Na obra “Uma Carta de Bezerra de Menezes”, encontramos a íntegra de uma carta enviada ao seu irmão, datada de 31 de maio de 1886, mesmo ano de sua conversão ao Espiritismo. Acusado pelo irmão de renegar o catolicismo e abraçar ideias falsas e demoníacas, Bezerra defendeu-se serenamente expondo com objetividade e clareza a Doutrina que o sensibilizara, revelando uma cultura extremamente vasta.

Servir era o seu lema. Médico, amou a profissão. Como político, exerceu seus cargos com profundo amor à Pátria, em defesa dos interesses do Brasil.

Não esquecia também de tratar os pobres do corpo e do Espírito nas reuniões de desobsessão, na Federação Espírita Brasileira.

Desencarna em 11 de abril de 1900, às 11 horas e 30 minutos, depois de período em que passou imobilizado na cama, em virtude de uma congestão cerebral. Retorna à Pátria Espiritual, porém continua sua missão de servir aos encarnados, pela sua abnegação característica ao bem.

Na obra “Ação e Reação”, o Espírito André Luiz, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, no capítulo XI, relata que o instrutor Silas revela o trabalho de Bezerra no Mundo Espiritual: “Com mais de cinquenta anos consecutivos de serviço à Causa Espírita, depois de desencarnado, Adolfo Bezerra de Menezes, fez jus à formação de extensa equipe de colaboradores que lhe servem à bandeira de caridade. Centenas de Espíritos estudiosos e benevolentes obedecem-lhe às diretrizes na lavoura do bem, na qual opera ele em nome do Cristo.”

Nos anos de 1940, Bezerra de Menezes revelou-se como Mentor Espiritual da Federação Espírita do Estado de São Paulo.

Fica-nos o exemplo desse grande discípulo de Jesus que, como diz o seu necrológio publicado no jornal cearense A República, de 13 de abril de 1900: “O amor, não possuía ele platonicamente, nem o ensinava apenas pelos lábios: subia-lhe do coração e o praticava indistintamente, no exercício constante dessa caridade ativa e diligente que não raciocina, não reflete, porque é instintiva e se multiplica sob milhares formas – na tolerância, na indulgência com que antes dissimula do que repara nas alheias fraquezas” (“Bezerra de Menezes, Fatos e Documentos”, página 203).

Bibliografia:

  • Curso O Que É O Espiritismo. FEESP, 2011.
  • Estudo e Prática de Assistência Espiritual – Edições FEESP – 3ª edição.

Allan Kardec

RIVAIL, O EDUCADOR

Nasceu no dia 03 de Outubro de 1804, de antiga família lionesa, na cidade francesa de Lyon, com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail (conforme o registro de batismo) ou Denizard Hipollyte Léon Rivail (segundo o registro civil), aquele que, cerca de cinquenta anos depois, com o nome de Allan Kardec, entraria em contato com fenômenos que dariam início a longos estudos sérios e metódicos que, sob a direção da Espiritualidade Maior, traria ao mundo a Doutrina dos Espíritos.

Ao redor dos onze anos de idade, seus pais o enviaram para estudar em Yverdon, na Suiça, no Instituto de Educação fundado e dirigido pelo célebre pedagogo Johann Heinrich Pestalozzi. Aí se formaria um homem que pode ser incluído “na classe dos homens progressistas e dos livre-pensadores” (Revista Espírita, maio de 1869)

Acredita-se que ali tenha estudado (e ensinado, pois os alunos mais aplicados eram elevados a submestres) até 1822, quando voltou à França, estabelecendo-se como professor, em Paris, à Rue de La Harpe.

Rivail interessou-se também, nessa época, pelo mesmerismo ou magnetismo animal e começou a frequentar os trabalhos da Sociedade de Magnetismo de Paris, tornando-se ele próprio um magnetizador.

Além de lecionar, Rivail escreveu inúmeras e importantes obras pedagógicas, especialmente sobre aritmética e gramática francesa, além de tratados sobre educação pública.

Em meados de 1825, fundou e dirigiu uma “Escola de 1º Grau”, seguindo a metodologia inovadora de seu mestre Pestalozzi.

Fundou também, em 1826, o Instituto Técnico Rivail, modelado no recém-extinto Instituto de Yverdon.

Alguns anos depois, passando por dificuldades financeiras, Rivail não se deixou abater e passou alguns anos trabalhando como contabilista, dedicando, porém, as noites ao labor na área da educação, elaborando novos livros de ensino, traduzindo obras literárias ou de estudo (principalmente do alemão e do inglês, embora conhecesse também holandês, grego, latim e outros idiomas), preparando cursos que ministrava em escolas, organizando e ministrando em sua própria casa, cursos gratuitos sobre vários assuntos para alunos carentes.

Educador emérito, caráter firme e honesto, exemplo de fraternidade, foi homem de grande projeção na França, membro de sociedades literárias e científicas e recebeu muitos títulos.

Em 1832, casou-se com a professora Amélie-Gabrielle Boudet, que foi sua companheira e valiosa colaboradora por toda a vida. Não tiveram filhos.

O PRIMEIRO CONTATO COM OS FENÔMENOS ESPÍRITAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Ao redor de 1850, tornara-se moda na Europa e nos salões de Paris, reunirem-se as pessoas ao redor de mesas, que giravam e batiam os pés, respondendo a perguntas através de pancadas.

Convidado a presenciar os fenômenos, no início Rivail não se interessou pelo que parecia ser, simplesmente, uma diversão social.

Por insistência de amigos, em maio de 1855 foi observá-los e percebeu que aqueles fenômenos eram reais e devidos a uma causa inteligente. Essa causa se revelou, nas suas pesquisas, como os Espíritos dos homens que já teriam vivido na Terra. Pesquisando mais, verificou que os Espíritos manifestantes não eram todos iguais em conhecimento e moralidade, mas que suas informações eram muito valiosas.

Prosseguindo nesses estudos, observou os fenômenos mediúnicos em todos os seus aspectos. Revisou cinquenta cadernos de escritos mediúnicos, formulando indagações aos Espíritos. Serviu-se, para tanto, de mais de dez médiuns, especialmente as Srtas Baudin e Srta Japhet.

Deduzindo consequências dos fenômenos, aplicando invariavelmente o espírito crítico e o raciocínio filosófico nos estudos e experiências, formou a sua convicção sobre “a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade” – segundo os ensinos trazidos por Espíritos Superiores, ensinos que vieram a constituir a Doutrina dos Espíritos, que ele denominou de Espiritismo.

“Conduzi-me, pois, com os Espíritos, como teria feito com homens. Para mim, eles foram, do menor ao maior, meios de me informar e não reveladores predestinados. Tais as disposições com que empreendi meus estudos e neles prossegui sempre. Observar, comparar e julgar, essa a regra que segui constantemente.” (Obras Póstumas, 2ª Parte, pg 269)

“Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, entregue à publicidade em 18 de Abril de 1858.” (Obras Póstumas, 2ª Parte, pg. 270)

KARDEC, O CODIFICADOR

Para a publicação das obras espíritas, objetivando distingui-las das que produzira pelo seu próprio conhecimento como pedagogo, adotou o pseudônimo de Allan Kardec, nome que, conforme revelação feita por Zéfiro, um Espírito que se dissera protetor da família e que havia convivido com Rivail em encarnação anterior, ele usara, também em solo francês, entre os druidas.

Importante observar que, como o próprio Kardec afirma, sua parte na obra de revelar a Doutrina Espírita, foi a de coletar, coordenar e divulgar os ensinos. E, por organizar esses ensinos revelados pelos Espíritos, formando uma coleção de informações (um código), é que Allan Kardec foi chamado “O Codificador”.

Para apresentar ao mundo a Doutrina Espírita, Kardec escreveu várias obras, entre elas destacamos as cinco obras básicas:

  • O Livro dos Espíritos” (18/04/1857),
  • O Livro dos Médiuns” (janeiro/1861),
  • O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Abril/1864),
  • O Céu e o Inferno” (Agosto/1865),
  • A Gênese, os Milagres e as Predições” (Janeiro/1868).

Importantes também, como detalhes, argumentação e finalidade de divulgação e compreensão mais rápida e acessível ao grande público, ressaltamos pequenos livros que também escreveu, como “O Principiante Espírita” e “O Que é o Espiritismo”.

Editou, a partir de Janeiro de 1858, a “Revista Espírita”, publicação mensal, onde respondia a dúvidas e questionamentos, argumentava com seus detratores e explicava pontos da Doutrina, revista que dirigiu até sua desencarnação.

Fundou ainda a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, em 1º de Abril de 1858, que foi modelo de organização espírita, quanto aos estudos e experiências necessárias para fundamentar a Doutrina dos Espíritos.

DESENCARNAÇÃO

Foi a 31/03/1869, em Paris, em pleno trabalho de estudo e organização de novas tarefas espíritas e assistenciais, que Allan Kardec desencarnou, pelo rompimento de um aneurisma.

Além do trabalho e dedicação à educação, sua vida se pautou também pela tarefa grandiosa de codificar a Doutrina trazida pelos Espíritos, para que pudéssemos entender melhor as leis divinas, recebendo com isso, conforto, bom ânimo e esperança para nossas vidas.

Bibliografia:

  • GODOY, Paulo Alves de. Os Grandes Vultos do Espiritismo. Edições FEESP.
  • KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Edições FEESP, 2011.

Camille Flammarion

Nicolas Camille Flammarion nasceu em Montigny – Le-Roy, França, no dia 26 de fevereiro de 1842.

Importante pesquisador da astronomia, também tornou-se pesquisador de fenômenos espirituais. Estudou na Associação Politécnica de Paris em cursos gratuitos. Alfabetizado aos 5 anos, escreveu sua primeira obra, “O Mundo antes da Aparição dos Homens”, aos 16 anos.  Com a mesma idade, foi admitido no Observatório de Paris como auxiliar e aluno de Astronomia. Após sua saída do Observatório, escreveu a obra que o tornaria famoso, “A Pluralidade dos Mundos Habitados”.

É considerado o popularizador da Astronomia e, “segundo Gabriel Delanne, foi um filósofo enxertado em sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte” (“Grandes Vultos do Espiritismo”, página 67). Autor de várias obras sobre Astronomia, fundou ainda a Sociedade Astronômica da França, em 1887.

Depois de ler “O Livro dos Espíritos”, procurou Allan Kardec, que o convidou para frequentar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, da qual viria a tornar-se membro.

Ficou conhecido como o “poeta da Astronomia” por seus questionamentos sobre a natureza, o Universo e corpos celestiais. Em sua obra “Urânia”, descreve: “A Natureza é um perpétuo futuro. O Progresso é a lei. A progressão é eterna” (página 196).

Na ocasião do desencarne de Kardec, proferiu um discurso à beira de seu túmulo, quando denominou o Codificador como “o bom senso encarnado”.

Desencarna em Juvisy , França, em 3 de junho de 1925.

Bibliografia:

  •  Flammarion, Camille. Urânia. FEB, 1990.
  • Godoy, Paulo Alves. Os Grandes Vultos do Espiritismo, FEESP, 2011.

Divaldo Pereira Franco

Divaldo Pereira Franco nasceu em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana, Bahia, e faleceu em 13 de maio de 2025, em Salvador. Filho caçula de Francisco Pereira Franco e Anna Alves Franco, demonstrou desde a infância sinais de mediunidade, fato que inicialmente causou inquietação em sua família. Seu contato precoce com o mundo espiritual foi marcado por experiências com espíritos de familiares falecidos.

PRIMEIROS ANOS E INTRODUÇÃO AO ESPIRITISMO

Após enfrentar eventos pessoais marcantes, como o suicídio de sua irmã Nair, Divaldo teve experiências mediúnicas profundas, incluindo o que acreditou ser o reencontro espiritual com essa irmã. Foi apresentado à Doutrina Espírita quando, acometido por paralisia, foi supostamente curado por um médium, reconhecendo então sua forte mediunidade.

Em 1945 mudou-se para Salvador, onde fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção, que, em 1952, daria origem à Mansão do Caminho.

MANSÃO DO CAMINHO: OBRA SOCIAL E EDUCATIVA

Em 1952, ao lado de Nilson de Souza Pereira, criou a Mansão do Caminho, instituição que acolhe e educa crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, especialmente sob o regime de lares substitutos. Ao longo das décadas, a Mansão ampliou seu atendimento e hoje é um grande complexo educacional com cerca de 80 mil metros quadrados, 50 edificações e múltiplos projetos sociais – como creches, escolas, cursos profissionalizantes, centro médico, laboratórios e bibliotecas.

Mais de 30 mil crianças e jovens de famílias de baixa renda passaram pelas atividades da Mansão do Caminho, que depende principalmente da venda dos livros psicografados por Divaldo, além de recursos oriundos de palestras e seminários.

MÉDIUM, ORADOR E ESCRITOR

Divaldo Franco destacou-se no movimento espírita como médium, escritor prolífico, orador e filantropo. Psicografou mais de 250 livros, atribuídos a 211 diferentes autores espirituais, incluindo Joanna de Ângelis – cuja orientação, segundo ele, guiou boa parte de sua produção literária. Seu primeiro livro, Messe de Amor, foi publicado em 1964.

Seus livros abordam temas variados como filosofia, doutrina espírita, psicologia, literatura infantil e desenvolvimento espiritual. Paralelamente, participou ativamente de conferências nacionais e internacionais, tornando-se considerado um dos maiores divulgadores do Espiritismo nas últimas décadas.

LEGADO

Divaldo Franco deixa um legado marcante na filantropia, na educação social e na literatura espírita. Seu trabalho inovador na Mansão do Caminho transformou a vida de milhares de jovens e famílias, consolidando-o como figura central no Espiritismo brasileiro e internacional

(Fonte: http://www.mansaodocaminho.com.br/)

Edgard Pereira Armond

Nasce no dia 14 de junho de 1894, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba (SP). De família humilde, Armond, aos 21 anos, ingressa na Força Pública de São Paulo, onde inicia a carreira que lhe daria o um título, pelo qual é conhecido até hoje: “Comandante”.

Participou de vários movimentos militares, atuando nas revoluções de 1922 e 1924 onde fez parte das tropas de ocupação nas nossas fronteiras com o Paraguai e Argentina. Em 1926 diploma-se como dentista pela Escola de Farmácia e Odontologia do Estado de São Paulo.

Com uma vida profissional plena de atividades, trabalha na construção de uma estrada de rodagem unindo as cidades de Paraibuna e São Sebastião.

Paralelamente, começa a estudar e trabalhar no Espiritismo. Participou de um grupo de estudos e práticas espíritas a convite de Canuto de Abreu, visitando vários centros espíritas que se dedicavam exclusivamente à prática de trabalhos de efeitos físicos, nos arredores da capital.

Em 1938, o Comandante sofre um acidente de automóvel, no Parque Dom Pedro, em São Paulo, no qual quebra os dois joelhos, além de sofrer outros ferimentos. Após várias cirurgias e muitos tratamentos, fica quase sem poder andar durante seis meses.

Em 1939, já considerado inválido para o serviço militar, é convidado a ocupar o cargo de secretário-geral da Federação Espírita do Estado de São Paulo, após reestruturar seus trabalhos espirituais.

Dotado de um caráter reto e firme, de moral elevada, detestava a maledicência, fugindo das conversas fúteis e de perguntas vulgares.

Como expositor, tinha um discurso persuasivo, acompanhado de uma linguagem fácil, clara e objetiva, não deixando pairar dúvidas sobre o tema tratado.

Como escritor era um profundo estudioso dos fenômenos psíquicos e conhecedor de largos recursos sobre o tema mediunidade. Escreveu uma série de 21 livros didáticos, sendo a maior parte destinada ao uso nas Escolas que criara e os outros para a Fraternidade dos Discípulos de Jesus.

Para suprir a carência de médiuns de confiança e bem preparados na FEESP, criou-se o Grupo Razin, composto por sete membros que passaram a atuar dentro da Federação.

Aconteceram nas reuniões do Grupo Razin as primeiras manifestações do Espírito Ismael, o preposto de Jesus para a condução Espiritual do Brasil. Apresentaram-se também valorosos Espíritos componentes da Fraternidade do Santo Sepulcro e da Fraternidade dos Cruzados. Em seguida, apresentou-se ao Comandante o Espírito Razin, com a finalidade de auxiliá-lo na criação da Escola de Aprendizes do Evangelho, o que ocorreria em 1950, para que pudessem ser preparados através do estudo, do trabalho e da disciplina, os novos “Discípulos de Jesus”.

Em 1944, funda o jornal “O Semeador” e conduz o Programa de Rádio “Hora Espírita”, que passa a ser veiculado na Rádio Tupi.

Em 1947, Edgard Armond funda a USE – União Social Espírita.

Em 1950, após a criação da Escola de Aprendizes do Evangelho, Edgard cria também o Curso de Médiuns, visando à melhoria do intercâmbio com o mundo espiritual e a Fraternidade dos Discípulos de Jesus, como órgão de agrupamento dos trabalhadores do campo religioso.

Por motivo de doença, o Comandante pede o seu afastamento da Federação em 1967, mas continua a colaborar à distância no setor da publicidade, da organização de centros e organizações espíritas, inclusive em países estrangeiros.

Em 1973, funda a Aliança Espírita Evangélica onde, a partir de 1980, assessora a fundação do Setor III da Fraternidade dos Discípulos de Jesus, continuando a Expansão do Espiritismo Religioso.

Desencarna em 29 de novembro de 1982, às 04h30min, no Hospital Osvaldo Cruz, na cidade de São Paulo, com oitenta e oito anos de uma ativa vida em prol da Doutrina Consoladora dos Espíritos.

Seu jeito dinâmico e seu ideal nobre nos dão a certeza de que o Comandante permanece em plena atividade no Trabalho Redentor.

Bibliografia

  • ARMOND, Ismael. Edgard Armond, meu pai. Editora Aliança, 2001.
  • Edgard Armond: um Trabalhador da Seara Espírita. Editora Aliança, 2002.
  • Jornal Espírita “O Trevo“. Editora e Distribuidora Aliança, nº 106 (Dezembro de 1982).

Francisco Cândido Xavier

Nascido em Pedro Leopoldo (MG) em 02 de Abril de 1910, Chico Xavier foi filho do operário pobre, João Cândido Xavier, e da lavadeira, Maria João de Deus.

Aos cinco anos de idade torna-se órfão de mãe. O pai, devido às dificuldades, se vê obrigado a entregar alguns de seus nove filhos aos cuidados de amigos e parentes. Com isso, nos dois anos seguintes, Francisco seria criado pela madrinha, Rita de Cássia, que o surrava e o maltratava.

Com uma mediunidade ostensiva desde os 5 anos, é nessa época que Chico tem o primeiro contato com a mãe desencarnada, enquanto orava no quintal. Esta pede que aguente os maus tratos, pois eles o tornariam forte para as batalhas que viriam.

Quando o pequeno Chico tinha nove anos, seu pai casa-se com Cidália Batista, uma mulher boa e caridosa, que insistiu em juntar todos os filhos na mesma casa, a fim de cuidar deles como se fossem seus. Por insistência de D. Cidália, Chico foi matriculado na escola pública, completando o curso primário em 1924. Após isso não voltaria mais a estudar.

Aos 17 anos perde a madrasta Cidália e se vê diante da insanidade de uma irmã, que descobre ser causada por um processo obsessivo. Disso decorre a primeira sessão espírita que teria contato, em sua casa, onde ele é apresentado ao Espiritismo.

Em julho de 1927 tem início sua prática da psicografia. Em 1931, manifesta-se pela primeira vez o Espírito Emmanuel, que viria a ser o seu mentor espiritual. Este lhe previne que o trabalho seria longo e árduo. O sucesso dessa parceria dependeria de três condições: “disciplina, disciplina, disciplina”.

Em 1932 é publicada a obra “Parnaso de Além-Túmulo”, uma coletânea de poesias ditadas por Espíritos de poetas brasileiros e portugueses, com enorme repercussão na imprensa e opinião pública. Neste período, Chico Xavier ingressa no serviço público federal, como auxiliar de serviço no Ministério da Agricultura, onde nunca teve uma falta.

Em 1935 publica sua segunda obra mediúnica “Cartas de Uma Morta”, pelo espírito de sua mãe.

Em 1943, surge uma nova entidade espiritual, assinando suas obras com o pseudônimo de André Luiz, responsável por uma magnífica coleção de onze livros, iniciada com a obra “Nosso Lar”.

Além da psicografia, também exerceu mediunidade de psicofonia, vidência, audiência, receitista, efeitos físicos (inclusive com materializações), entre outras práticas. Psicografou em línguas que não conhecia (xenoglossia).

O amor irrestrito, a amizade e a caridade, a disciplina férrea, a simplicidade e a renúncia foram os elementos-chave de sua mediunidade sublimada.

Em 1959, muda-se para Uberaba (MG), onde prosseguiu as atividades mediúnicas em reuniões públicas na Comunhão Espírita Cristã.

Seu trabalho sempre foi voltado à divulgação da Doutrina Espírita, ao amparo aos necessitados, bem como ao consolo, através das cartas psicografadas às mães que vivenciaram a partida dos filhos para a Espiritualidade.

Foram mais de 400 livros psicografados, onde encontramos mensagens dos espíritos de André Luiz, Emmanuel, Bezerra de Menezes, Humberto de Campos, Casimiro Cunha, Veneranda, Néio Lucio, Hilário Silva, Cornélio Pires, Auta de Souza, Maria Dolores, Meimei, Anália Franco, Eurípedes Barsanulfo e milhares de Espíritos, com todos os direitos autorais cedidos às organizações espíritas e instituições de caridade.

Vivia exclusivamente de seus próprios recursos financeiros.

Não aceitava dinheiro e presentes e não ficava com os mimos que ganhava. Não se considerava missionário.

Muitas de suas obras já foram traduzidas para vários idiomas como inglês, francês, castelhano, esperanto, japonês, grego, etc.

Participou do programa “Pinga-Fogo”, em 28 de julho de 1971. O médium foi ao ar ao vivo, retransmitido em rede nacional (coisa pouco comum para as emissoras televisivas à época). Com previsão inicial para uma hora de duração, acabou por se estender por mais de três horasAlcançou a maior audiência ja registrada, na época, na história da TV brasileira, com 75% dos televisores brasileiros ligados no programa. No final do Programa Pinga-Fogo, Chico Xavier levanta-se e faz a Prece do Pai-Nosso com a plateia, emocionando a todos.

Realizava constantes campanhas de arrecadação de alimentos e distribuição para as famílias assistidas quinzenalmente com sopa fraterna, além de distribuição de alimento aos moradores de rua.

Com um corpo frágil e debilitado, apresentou diversos problemas de saúde ao longo da vida: angina, que enfraqueceu sua resistência física, agravada por pneumonias e problemas cardíacos, crises de labirintite, hipertensão, glaucoma, que o deixou cego de um olho, três cirurgias, dificuldades para se locomover e falar etc.

No dia 30 de junho de 2002, em Uberaba (MG), Chico Xavier desencarna em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, no dia em que o país festejava a conquista do pentacampeonato na Copa do Mundo de futebol.

Bibliografia:

  • MAIOR, Marcel Souto. As Vidas de Chico Xavier.
  • As obras de Chico Xavier podem se encontradas, gratuitamente, clicando aqui.

François Marie Gabriel Delanne

François Marie Gabriel Delanne nascido, em Paris, França, no dia 23 de março de 1857 e desencarnado na mesma cidade, no dia 15 de fevereiro de 1926, era filho de Alexandre Delanne, amigo íntimo de Allan Kardec, e Marie-Alexandrine Didelot, portadora de mediunidade ostensiva e grande colaboradora da Codificação.

Oriundo de família espírita, não teve dificuldade em assimilar as ideias reencarnacionistas.

Kardec fez uma menção a Delanne criança na Revista Espírita de 1865 (Outubro), quando descreve um episódio em que o então menino faz uma mesa girar, demonstrando a uma senhora que podia conseguir o fenômeno, já que sua família também o fazia.

Engenheiro de formação, foi um dos primeiros pesquisadores sérios dos fenômenos espirituais, destacando-se no campo da mediunidade.

Fundou a revista “O Espiritismo” em 1883, quando começou a realizar pesquisas com médiuns notáveis da época.

Foi companheiro de pesquisas psíquicas de Charles Richet com a médium francesa de efeitos físicos Marthe Béraud.

Teve uma vida difícil e não gozava de boa saúde, apresentando cegueira no olho esquerdo e paralisia nos membros inferiores, obrigando-o a andar de cadeira de rodas.

Determinado e defensor do caráter científico da Doutrina Espírita, elaborou obras literárias esclarecedoras de fundamentos da Doutrina Espírita, tais como:

  • Aos 28 anos:- “O Espiritismo perante a Ciência”
  • 1893 – “O Fenômeno Espírita”
  • 1895 – “Evolução Anímica”
  • 1898 – “Pesquisa sobre a Mediunidade”
  • 1899 – “A Alma é Imortal”
  • 1909 – “As Aparições Materializadas”
  • 1927 – “A Reencarnação”

Promoveu Congressos e Encontros para divulgação da Doutrina Espírita!

Dedicou-se com afinco à divulgação do Espiritismo.

Adepto do método científico de investigação dos fenômenos espíritas, uniu a Ciência à Filosofia Espírita, pelas deduções a que chegou, como vemos na conclusão de sua obra “A Alma é Imortal”: “(…) mostremos que existe para todos os seres uma igualdade absoluta de origem e de destino e veremos efetuar-se a evolução espiritual e moral que há de acarretar o advento da era augusta da regeneração humana, pela prática da verdadeira fraternidade” (página 314).

Bibliografia:

  • Boldier, Paul e Regnault, Henri. – “Gabriel Delanne, Sua Vida, Seu Apostolado e Sua Obra”, Ed. CELD, 1990.
  • Delanne, Gabriel. A Alma é Imortal. FEB, 1990.
  • Lucena, Antonio de Souza e Godoy, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo, FEESP, 1997.

José Herculano Pires

Nasceu em Avaré, no Estado de São Paulo a 25/09/1914, e desencarnou na capital em 09/03/1979.

Escritor, poeta, filósofo e jornalista, revelou sua vocação literária desde que começou a escrever e já aos 9 anos fez o seu primeiro soneto.

Ao mudar-se para São Paulo, em 1946, lançou seu primeiro romance, “O caminho do Meio”.

É autor de 81 livros, mostrando sua versatilidade em vários campos, como filosofia, ensaios, história, psicologia, pedagogia, parapsicologia, romances e Espiritismo. Escreveu ainda várias obras em parceria com Chico Xavier, dedicadas ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita. Manteve com o médium mineiro a coluna dominical “Chico Xavier pede licença” no jornal “Diário de São Paulo” durante quatro anos, onde comentava mensagens mediúnicas recebidas por Chico Xavier, com o pseudônimo de Irmão Saulo.

É de sua autoria a série de ensaios “Pensamento da Era Cósmica” e de romances e novelas de “ficção científica paranormal”.

José Herculano Pires foi também presidente e professor do Instituto Paulista de Parapsicologia de São Paulo, área em que muito contribuiu para a maior compreensão do público leigo.

Tornou-se espírita aos 22 anos, atuando na divulgação falada e escrita da doutrina na maior parte da sua vida.

Foi excelente tradutor das obras da codificação de Allan Kardec, enriquecendo-as com notas explicativas nos rodapés. Colaborou também com Julio Abreu Filho na tradução da série da Revista Espírita.

Sua grande preocupação sempre foi o problema do ser. Usava a sua cultura para mostrar a superioridade da Filosofia Espírita sobre os outros pensamentos filosóficos.

Em sua obra “O Espírito e o Tempo”, analisa o crescimento espiritual do homem através dos vários horizontes culturais, até chegar à individualização dos grandes sábios e profetas.

Heloisa Pires, em sua obra “Herculano Pires, o Homem no Mundo”:

“Teosofista, ao conhecer “O Livro dos Espíritos”, encontra respostas para todas as suas dúvidas e dedica a sua vida ao estudo e divulgação da Doutrina. Pai amoroso, jornalista respeitado pela honestidade e capacidade, só aos quarenta anos consegue fazer um curso regular; graças aos prêmios literários ganhos, entra na Faculdade de Filosofia da USP, depois faz mestrado.”

Espírito destemido na defesa de suas ideias e de um Espiritismo voltado à verdadeira transformação do homem, conclui em sua obra “Pedagogia Espírita” (página 126): “Precisamos estudar, queimar as pestanas, pesquisar, construir a Cultura Espírita em nossa terra. Ou faremos isso ou nada mais seremos do que beatos de um novo tipo, esperando de joelhos que o Céu faça por nós o que temos de fazer por nós mesmos.”

Bibliografia:

  • PIRES, Heloisa. Herculano Pires, O Homem no Mundo.
  • Pires, J. Herculano. Pedagogia Espírita, EDICEL, 2008.

Léon Denis

Nasceu em 1º de janeiro de 1846, em Foug, pequena localidade situada nos arredores de Toul, na França.

Retornou às lides terrenas em um lar onde as dificuldades financeiras eram bastante intensas. Sua vida foi repleta de lutas e sacrifícios, provas estas que iria experimentar ao longo de seus oitenta e um anos, a fim de que através delas, como ele mesmo afirmou, “à custa dos próprios esforços, lutas e sofrimentos se redimisse do estado de ignorância e de inferioridade e se elevasse, de degrau em degrau, primeiramente na Terra e depois, através das inumeráveis estâncias do céu estrelado”.

Com apenas 18 anos de idade, foi despertado para as maravilhas do Espiritismo, dedicando-se ao estudo aprofundado dessa doutrina em seu tríplice aspecto; ciência, filosofia e religião. Concomitante aos seus profundos estudos nesse campo, forneceu também a sua contribuição valiosa na abordagem e estudo de assuntos históricos, preocupando-se sobremaneira com as origens do Cristianismo e o seu processo evolutivo através dos tempos.

Em 2 de novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez, daquele Espírito que, durante meio século, haveria de ser o seu guia, o seu melhor amigo – Jerônimo de Praga  – que lhe disse: “Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei atrás de ti para te sustentar”. E como Léon Denis indagasse se o seu estado de saúde o permitiria estar à altura da tarefa, recebeu esta outra afirmativa: “Coragem, a recompensa será mais bela.”

Dentre os grandes apóstolos do Espiritismo, a figura exponencial de Léon Denis merece referência toda especial, principalmente em vista de ter sido o continuador lógico da obra de Kardec. Deve-se a ele a oportunidade ímpar que os espíritas tiveram de verem ampliados novos ângulos do aspecto filosófico da Doutrina Espírita, pois suas obras, de um modo geral, focalizam numerosos problemas que assolam os homens, assim como tratam da importante questão da sobrevivência da alma humana em seu laborioso processo evolutivo.

A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava com calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a juventude. Aceitava tudo com e resignação. Apesar do sofrimento, jamais o viram queixar-se.

Dotado de personalidade contagiante, bom senso, operosidade no trabalho, dedicação ímpar aos seus semelhantes e intenso amor aos ideais que esposava, jamais deixou de escrever, falar, propagar e exemplificar aquilo que ensinava.

Foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional e presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris em 1925. Dirigiu, durante longos anos, um grupo experimental de Espiritismo na cidade francesa de Tours.

Após a desencarnação de Allan Kardec, Denis forneceu toda sustentação necessária a fim de que a nova doutrina se firmasse de forma ampla e irrestrita, tornando-se uma figura relevante no campo da divulgação doutrinária.

A partir de 1880, pelas cidades e vilas que percorria, por força dos seus afazeres profissionais, pronunciava conferências e fundava círculos e bibliotecas populares.

A sua bibliografia é bastante vasta, da qual mencionamos alguns títulos:

  • Cristianismo e Espiritismo
  • Depois da Morte
  • Espíritos e Médiuns
  • Joana D’Arc, Médium
  • No Invisível
  • O Além e a Sobrevivência do Ser
  • O Espiritismo e o Clero Católico
  • O Espiritismo na Arte
  • O Gênio Céltico e o Mundo Invisível
  • O Grande Enigma
  • O Mundo Invisível e a Guerra
  • O Porquê da Vida
  • O Problema do Ser, do Destino e da Dor
  • O Progresso
  • Provas Experimentais da Sobrevivência
  • Socialismo e Espiritismo

Após a Primeira Grande Guerra, aprendeu braile, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito, pois, nessa época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.

Quando trabalhava na compilação de seu novo livro “O Gênio Celta e o Mundo Invisível”, foi acometido de violenta pneumonia que o prostrou. Mesmo enfermo, conseguiu ver revisadas todas as provas.

No dia 12 de abril de 1927 às nove horas da manhã, apertando debilmente as mãos de seus amigos, partiu para a espiritualidade. Seu semblante parecia em êxtase.    Seu rosto refletia perfeita serenidade. Assim terminou, com toda a simplicidade e grandiosidade espiritual, a missão terrena de Léon Denis.

Bibliografia:

  • Lucena, Antonio de Souza e Godoy, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. FEESP, 1997.
  • Soares, Sylvio de Brito. Páginas de Léon Denis. FEB, 1961.