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(Carta-resposta do Dr. Bezerra de Menezes a um profissional da saúde sobre uma questão que o incomodava: onde deveria atuar, na área clínica ou cirúrgica?

 

Caríssimo irmão,

A escolha da especialidade no campo da medicina se transforma em condição angustiante para muitos profissionais. Certamente, muitas almas carregam em si a clareza dos passos vindouros, frutos de um planejamento interior, que intuitivamente mantêm-se fortes nos seus Espíritos. Entretanto, não são poucos os que ficam aturdidos com a decisão a ser tomada.

A especialidade deveria ser apreendida como apenas direcionadora de tarefa, pois o profissional não poderia perder a noção de que o médico não é médico de estruturas anatômicas ou de engrenagens, mas de almas.

O adoecimento não é apenas o comprometimento de peças, estruturas e engrenagens, como em uma máquina. A doença é moral, e o corpo é o espelho dessa dor moral, a qual se escoa através  de um órgão ou sistema corporal, para despertar um posicionamento novo, que reconduza o Espírito ao caminho da saúde.

O problema real não é a especialização profissional, mas a postura do facultativo ao passar a se limitar à visão das partes, esquecendo-se da totalidade do Espírito e de que a dor verdadeira e comprometedora é a da alma.

Quando se compreende que a reencarnação é etapa, que o corpo é instrumento, que a passagem pela vida terrena é apenas nova oportunidade e que o referencial verdadeiro é o Espírito imortal, o médico ou o profissional da saúde não se deixa limitar à sua área de atuação. Ele transcende, pois vê no paciente um irmão, vê na sua doença um sinal e entende que a relação médico-paciente é a chance para que ambos aprendam, cuidem-se e, mais do que isso, cuidem de si mesmos, na tão falada autocura.

Aquele que não perde esses parâmetros, que se coloca dentro da visão integral do homem, entende que quaisquer recursos terapêuticos, cuja visão é a de simplesmente cuidar do corpo ou do emocional, são apenas elementos de ajuda para conduzirem o Espírito ao entendimento de que saúde se confunde com felicidade.

É necessário compreender que o tratamento imprescindível é a reforma íntima, e assim esse facultativo estará sempre cumprindo o papel de verdadeiro terapeuta, cuja função é a de reconduzir a criatura à sua real essência, que é divina e plena de possibilidades e fadada à perfeição.

Portanto, diante dos desafios da escolha da especialização, coloque-se sempre na certeza de que é apenas um caminho, mais uma rota, mas que o alvo é maior, transcende, e o único e verdadeiro instrumental para levar o doente ao sentido da cura é o Amor.

 

(Cartas do Dr. Bezerra de Menezes – AME- Brasil Editora – 3ª edição / 2019)

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