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(Redação do Momento Espírita, com base nos caps 2 e 3 do livro A Presença de Deus, de Richard Simonetti)

Certo farmacêutico se dizia ateu e vangloriava-se de seu ateísmo. Deus, com certeza, deveria ser uma dessas fantasias para enganar pessoas menos letradas.

Um dia, uma garotinha adentrou sua farmácia. Era loira, de tranças e trazia um semblante preocupado. Estendeu uma receita médica e pediu que a preparasse.

O farmacêutico, embora ateu, era homem sensível e emocionou-se ao verificar o sofrimento daquela pequena, que, enquanto ele se dispunha a preparar a fórmula, assim se expressava:

Prepare logo, moço. O médico disse que minha mãe precisa com urgência dessa medicação.

Com habilidade, pois era muito bom em seu ofício, o farmacêutico preparou a fórmula, recebeu o pagamento e entregou o embrulho para a menina, que saiu apressada, quase a correr.

Retornou o profissional para as suas prateleiras e preparou-se para recolocar nos seus lugares os vidros dos quais retirara os ingredientes para aviar a receita.

Foi quando se deu conta, estarrecido, que cometera um terrível engano. Em vez de usar uma certa substância medicamentosa, usara a dosagem de um violento veneno, capaz de causar a morte a qualquer pessoa.

As pernas bambearam. O coração bateu descompassado. Foi até a rua e olhou. Nem sinal da pequena. Onde procurá-la? O que fazer?

De repente, como se fosse tomado de uma força misteriosa, o farmacêutico se indaga:

E se Deus existir…?

Coloca a mão na fronte e roga:

Deus, se existes, me perdoa. Faze com que aconteça alguma coisa, qualquer coisa para que ninguém beba daquela droga que preparei. Salva-me, Deus, de cometer um assassinato involuntário.

Ainda se encontrava em oração, quando alguém aciona a campainha do balcão. Pálido, preocupado, ele vai atender.

Era a menina das tranças douradas, com os olhos cheios de lágrimas e uns cacos de vidro na mão.

Moço, pode preparar de novo, por favor?

Tropecei, caí e derrubei o vidro. Perdi todo o remédio. Pode fazer de novo, pode?

O farmacêutico se reanimou. Preparou novamente a fórmula, com todo cuidado e a entregou, dizendo que não custava nada. Ainda expressou votos de saúde para a mãe da garota.

Desse dia em diante, o farmacêutico reformulou suas ideias. Decidiu ler e estudar a respeito do que dizia não crer.

Porque, embora a sua descrença, Deus que é Pai de todos, atendeu a sua oração e lhe estendeu a Sua misericórdia.

 

Pequeno leitor

Você sabe o que significa “ateu”?

Pois bem, dizemos ser ateu aquele que não crê na existência de Deus.

O farmacêutico de nossa história se dizia ateu, entretanto, um fato mudou seu pensamento sobre Deus.

Quando se viu em desespero, numa aflição sem tamanho por ter cometido um erro grave, capaz de levar à morte uma pessoa, lembrou-se de que se Deus existisse, só Ele poderia ajudá-lo naquela hora… e pediu ajuda a Ele. Sua prece foi atendida.

Esse episódio mudou a opinião do farmacêutico sobre Deus.

Sabemos ainda muito pouco sobre a Providência Divina e como ela atua. Mas em momentos como esse que a história nos relata, a ajuda de Deus se fez clara, visível, não temos como negar, e percebemos que o Pai está trabalhando sempre, em silêncio, por trás de tudo e de todos.

Essa força incessante, silenciosa e perfeita, só é percebida por nós em alguma circunstância, porque não temos sensibilidade suficiente para captá-la em toda sua grandeza.

Deus é amor e está em tudo, assegurando que tudo funcione com perfeição. Basta que aprendamos a enxergar.

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