“Na Casa do Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos o lugar” (João, 14:2.)
Ao fazer tal afirmação, o Cristo garantiu que há um lugar para todos, que a Ele cabe preparar.
Mas, e Ele? Que lugar ocupa no mundo atual? Será um lugar específico? Numa escala de valores, está em primeiro lugar?
A civilização ocidental rotula-se como cristã, todavia, é muito difícil encontrarmos o Cristo no Cristianismo presente. Parece que os homens o baniram, substituindo-o por outros modelos de heróis que, na verdade, não expressam nenhum dos valores cristãos.
Cultuam-se ídolos que sobressaem pela força de seus músculos, pela facilidade em matar grande número de pessoas, pelas conquistas amorosas, pela adoção deliberada de extravagantes atitudes eróticas para a venda milionária de discos e livros.
Longe está o modelo do herói cristão, que traz à memória as figuras de Gandhi, Albert Schweitzer, Madre Teresa de Calcutá e alguns poucos mais.
Por isso o Natal se distancia cada vez mais de seu real significado. O aniversariante, por certo, não se importaria em ser presenteado. Um dia, uma mulher pecadora rendeu-lhe homenagens perfumando seus pés com essência de nardo, diante dos fariseus estupefatos e dos apóstolos um tanto constrangidos. O Mestre aceitou a oferenda porque sabia da atitude interior que a impulsionava. Todavia, quão distante esse gesto de humildade, respeito e amor da comercialização desenfreada que ocorre em nossos dias!
Onde está Jesus neste Natal?
Ele nos prepara o lugar. E que lugar lhe damos em nossa vida?
No momento em que nossa cultura comemora esta data, vale a pena guardar na memória e no sentimento uma certeza: essa região, que o Mestre prepara para nós, começa no território do coração, e só com muito trabalho e comprometimento com o Amor genuíno é que ampliaremos os horizontes seguros de nossa paz.
Isto equivale dizer que o homem reconheceria, então, o lugar do Cristo como legítimo Governador Espiritual da Terra.
Na verdade, o Natal não significa somente o nascimento de Jesus, em um dia específico, diante das datas do mundo, mas também o nascimento do Cristo na consciência renovada do Homem Integral, em qualquer dia, a qualquer hora.
(Suely C. Schubert e Carlos A. Abranches – Reformador – dez/2012)