Deus de Infinita Bondade!
Pusestes astros no céu e colocastes flores na haste agressiva… A mim destes os filhos e, com os filhos, me destes o amor diferente, que me rasga as entranhas, como se eu fosse roseira espinhosa, que mandásseis carregar uma estrela…
Aceitastes minha fragilidade a Vosso serviço, determinando que eu sustente com a maternidade o mandato da vida; entretanto, não me deixeis transportar, sozinha, um tesouro assim tão grande! Dai-me forças, para que Vos compreenda os desígnios; guiai-me o entendimento, para que a minha dedicação não se faça egoísmo; guardai-me Vossos braços eternos, para que o meu sentimento não se transforme em cegueira.
Ensinai-me a abraçar os filhos de outras mães, com o carinho que me insuflais no trato daqueles de que enriquecestes minha alma!
Fazei-me reconhecer que os rebentos de minha ternura são depósitos de Vossa bondade, consciências livres, que devo encaminhar para a Vossa vontade e não para os meus caprichos. Inspirai-me humildade, para que não se tresmalhem no orgulho por minha causa. Concedei-me a honra do trabalho constante, a fim de que não venha a precipitá-los na indolência. Auxiliai-me a querê-los sem paixão e a servi-los sem apego. Esclarecei-me para que eu ame a todos eles com devotamento igual, no entanto, Senhor, permiti-me inclinar o coração em Vosso nome por sentinela de Vossa bênção, junto daqueles que se mostrarem menos felizes!… Que eu me veja contente e grata, se me puderem oferecer mínima parcela de ventura, e que me sinta igualmente reconhecida se, para afagá-los, for impelida seguir, nos caminhos do tempo, sobre longos calvários de aflição!…
E, no dia em que me caiba entregá-los aos compromissos que lhes reservastes, ou a restituí-los às Vossas mãos, dá que, ainda mesmo por entre lágrimas, possa eu dizer-Vos, em oração, com a obediência da excelsa mãe de Jesus: “Senhor, eis aqui tua serva! Cumpra-se em mim, segundo a Vossa palavra!…”
Meimei in “À Luz da Oração” – F.C.Xavier