Diferentes caminhos se abrem à frente das jornadas humanas. O principal deles: Jesus! Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (João, 14:6). Sua luz imperecível brilha sobre os milênios terrestres, penetrando o mundo há mais de vinte séculos.
As civilizações terrenas enfrentaram guerras e calamidades sociais que passaram e passam ainda hoje, por verdadeiros extermínios de ordem física, moral e espiritual. No entanto, nada disso modificou uma vírgula sequer, nas palavras proferidas pelo Mestre, que, sempre atuais, acompanham as mil formas de evolução do globo terrestre. Ainda permanece a indiferença humana perante os valores da Verdade e da Vida exarados por Aquele que disse “Eu sou o Caminho”.
As criaturas de Deus situam-se na estrada em que seu grau evolutivo as coloca. A cada experiência reencarnatória, o caminho adequado, oferecendo ao viajor o de que necessita para as conquistas dos valores espirituais que lhe faltam, e que não são obtidos sem os sacrifícios e renúncias que a Lei de Causa e Efeito impõe. Todavia, o homem nem sempre enxerga a adversidade como meio de elevação e ressarcimento de um passado culposo. Altera, por isso mesmo, a rota que se lhe apresenta enfadonha e injusta, desviando-se por outros atalhos, na ânsia de escapar de uma justa cobrança. Esse processo de fuga caracteriza-se por um esforço consciente, não só para esquecer o problema que o aflige, mas, como se fora possível, fazê-lo sumir, desintegrar-se como por mágica. Sabe que o caminho é aquele, doloroso, mas não quer enfrentá-lo. Inevitavelmente, as veredas escolhidas acabarão aumentando suas penas, pois que não se coadunam com a Justiça Divina, conduzindo-o novamente à estrada principal, desta vez, com a alma acrescida de desacertos.
Quase sempre os desvios de rumo sofrem a interferência da sombra composta pelos irmãos invisíveis, adversários declarados do Cristo. Tentam, eles, a todo custo, obscurecer a Luz do Evangelho, recurso oferecido pelo Mestre como mapa do tesouro da vida eterna, de sorte que nenhum viajante viesse a se perder, e pudesse encontrar a redenção ao final da estrada, exacerbando ainda mais o ódio dos que vivem nas trevas da ignorância, acumpliciados com quem se lhes abre campo de ação.
Render-se às sugestões do mal significa afastar-se da Luz.
“A ambição exigiu impostos dos que desejavam passar; o orgulho reclamou a direção dos movimentos; a conveniência requisitou máscaras; a política inferior estabeleceu guerras; a separatividade provocou a hipnose do sectarismo.
O caminho ficou atulhado de obstáculos e sombras, e o interessado, que é o Espírito humano, encontra óbices infinitos para a passagem”.(1)
Todavia, a esperança é Luz no caminho, e o Espírito Verdade (Cristo) vem com as claridades que combatem a escuridão, sem estardalhaço, mas, sereno e calmo, a esparzir a Luz da Boa Nova.
Embora a aridez de certos caminhos, aqueles que por eles transitam, sempre buscam essa Luz, uma vez que ela é imprescindível para a compreensão de onde se coloca os pés. Conforme ela toma conta do Ser, as sombras desaparecem.
Sabe-se que os tempos modernos caracterizam-se por um crepúsculo causador do extravio de muitos, ainda por largo espaço de tempo na longa estrada a percorrer.
A mensagem do Mestre, dirigida a todos os caminheiros, não é difícil de entender, mas, para os que se afeiçoaram à rigidez da descrença é difícil aceitá-la. Há também os mais infelizes, para os quais não só é difícil aceitar a realidade do Espírito, mas praticamente impossível entendê-la.
O caminheiro, porém, que já possui um mínimo de claridade (conhecimento dos princípios cristãos), atenda ao chamamento do Cordeiro de Deus: “Brilhe a vossa Luz” (Mateus, 5:16) clareando os rumos dos que padecem da cegueira espiritual.
Leitor amigo, fica aqui, encerrando nossas reflexões, o recado de um caminheiro digno, lidador nas hostes espíritas, fiel seguidor de Jesus, Hermínio C. Miranda:
“Que brilhe, então, a nossa Luz humilde, alimentada pelo combustível do conhecimento e da caridade que começa a arder em nós. A hora é de dores, muitas e grandes; de desorientação e desespero; de ódios e crueldades. Hora de ajustes aflitivos e desenganos dolorosos. Mas é também uma hora de revelações maravilhosas, de descobertas memoráveis, de conquistas deslumbrantes, de oportunidades raras se, com muito amor e humildade, procurarmos em nosso próprio território íntimo o rastro luminoso que o Mestre de todos nós deixou em nós. Há séculos que ouvimos a sua palavra, repetida insistentemente. Há séculos que muitos de nós a pregamos à nossa maneira, obscurecida pelas paixões e incompreensões que nos toldam a visão. É chegado o tempo de fazê-la florescer e frutificar. É, assim, muito bela a tarefa que temos diante de nós, os que começamos a soletrar o bê-a-bá do conhecimento espiritual: incumbe-nos a responsabilidade e a alegria de transmiti-lo aos quatro cantos da Terra que somos Espíritos sobreviventes a caminho de Deus. E que, por estranho que pareça, Deus está dentro de nós. “Vós sois deuses!”, dizia Jesus. Que brilhe a nossa candeiazinha humilde que não ilumina mais que uns poucos palmos à volta. Há irmãos desesperados que anseiam até mesmo por essas migalhas de Luz.
Um dia seremos um clarão de amor fraterno, tal como nos quer o Príncipe da Paz.”(2)
Yvone
Fontes de consulta:
Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel / Francisco C.Xavier – Prefácio
(1) Segue-me – Emmanuel / Francisco C.Xavier – cap. 12
(2) Candeias na noite escura – Hermínio C.Miranda – cap. 1