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“Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057”. (1)

Em 1971 Chico Xavier participou do Programa Pinga-fogo, na extinta TV Tupi, respondendo, ao vivo, perguntas de espíritas, simpatizantes e antagonistas. O material foi compilado e editado em forma de livro, ao qual nos referiremos mais adiante, por ocasião do trato da denominada questão apocalíptica.

Porém, nem todas as perguntas foram respondidas no ar, em razão da exiguidade de tempo e do considerável volume de questões, razão pela qual Chico as respondeu por escrito, sempre sob a orientação de Emmanuel, encaminhando o material ao jornalista Saulo Gomes para a publicação de um segundo volume, o que foi feito.

Assim, a informação de que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057 não foi colhida da boca de terceiros, mas do próprio Chico Xavier, por escrito e sob a inspiração de Emmanuel, o que nos credencia a afirmar, pelo vulto espiritual de ambos os partícipes que, de fato, vivemos a aurora do mundo de regeneração a que se referiu o inesquecível Agostinho de Hipona, em O Evangelho Segundo o Espiritismo (2).

Mas antes que esse mundo se consolide, a partir da superação do mal pelo bem e no preparo das criaturas para outros estágios evolutivos, observamos as convulsões sociais típicas desse período de transição, em que os fatos e cenários mais desoladores parecem não ter fim e nem limites.

Já presenciamos muitas coisas tristes, e nada afasta a ideia de que ainda veremos muito mais, exatamente porque esses acontecimentos revelam, e revelarão, os últimos gritos dos Espíritos encarnados e desencarnados que menosprezaram as inúmeras oportunidades de autorreconstrução que lhes foram conferidas, e que sabem que o momento do exílio se aproxima.

Não há nenhuma novidade nesse fato. Os mundos se entrelaçam na ordem cósmica de Deus e se auxiliam em busca da evolução. A própria Terra, quando da forja de sua civilização, recebeu Espíritos advindos de outros mundos que formaram a denominada raça adâmica, conforme referências contidas em A Gênese (3 e 3.1), Os Exilados da Capela (4), Colônia Capella (5) e A Caminho da Luz (6).

Nesta última obra (6), Emmanuel esclarece que os Espíritos que habitavam orbe(s) integrante(s) da constelação do Cocheiro, que dista cerca de 45 anos-luz da Terra, foram exiliados para o nosso planeta porque não mais se compatibilizavam com a ordem moral predominante, formando a família indo-europeia, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia, além de trazerem benefícios às raças amarela e negra que aqui já existiam.

Assim como esses Espíritos alienígenas vieram propiciar a evolução dos meios materiais da Terra, com a sua técnica e inteligência, os nossos irmãos terrícolas que ainda recalcitram no mal seguirão a mesma trilha, auxiliando o progresso de outro(s) planeta(s) primitivo(s).

Como aqueles que para cá vieram, nossos irmãos deportados da Terra experimentarão a dor do exílio, mas o sofrimento e a melancolia decorrentes do degredo forjarão em suas mentes o impulso da modificação moral.

Porém o exílio será transitório, assim como o foi para os Espíritos originários do sistema de Capela. Verificada a modificação de conduta pela elevação dos padrões morais, os nossos degredados poderão voltar ao ambiente da Terra, assim o querendo.

Duas obras espíritas trazem curiosos informes sobre os meandros desses degredos.

Na primeira, a excelente obra Apocalipse Segundo o Espiritismo (7), encontramos a interpretação do autor sobre Apocalipse de João (20:2), afirmando que esse período de exílio durará 1.000 anos, ao final dos quais os degredados submeter-se-ão a avaliações acerca de sua evolução segundo as Leis de Deus.

Na segunda, Planeta Terra em Transição (8), tira-se a menção do Espírito comunicante no sentido de que as deportações na Terra podem ser divididas em três etapas: Na primeira foram retirados os Espíritos que fomentaram as 1ª e 2ª Guerras Mundiais. Na segunda foram desterrados os que se envolveram na construção das cidades das trevas, e atualmente, estão sendo exilados aqueles que não conseguiram progredir moralmente e não se esforçam para fazer o bem.

Como consequência dessas informações, que devemos filtrar em nosso juízo crítico antes de as aceitarmos incondicionalmente, é natural que nos questionemos se reunimos condições de permanecer vinculados ao orbe terrestre.

Antes que a inquietação ou a autocrítica acerba nos turbem o juízo analítico, recorramos ao Codificador que nos traz um suave lenitivo para as almas, através da afirmação que se encontra nos parágrafos finais de A Gênese (3.2): “A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos, basta uma modificação em suas disposições morais”.

Da leitura do excerto acima observamos que para permanecermos na Terra não nos será exigido a santificação imediata, tampouco saltos de moralidade que nos guiem ao estágio de perfeição espiritual, pois que, obviamente, nenhum de nós disso é capaz e tampouco é o momento de apresentarmos essas credenciais.

O que de nós se espera são movimentos, em execução prática, das diretrizes da Lei que temos gravadas em nossas consciências (9), ações que deem continuidade aos esforços resolutos para a contenção dos nossos hábitos e tendências menos felizes.

Assim agindo, partilharemos da atmosfera renovada da Terra cuja edificação encontra-se a cargo de Espíritos superiores advindos, predominantemente, do Sistema Alcione, uma das estrelas que forma o complexo conhecido como as Plêiades (440 anos-luz do Sol), conforme informação contida na obra Transição Planetária (10).

Esses Espíritos qualificados, também citados em A Gênese (3.3) e O Livro dos Espíritos (9.1), têm como missão impulsionar e qualificar as instituições em geral, os costumes, as artes, o direito, a medicina, as relações econômicas e sociais, assim como as realidades espirituais, edificando uma nova ordem preparatória para que em um futuro próximo a Terra atinja a condição de Mundo Superior, de acordo com as referências contidas em O Evangelho Segundo o Espiritismo (2.1).

Eis, em linhas gerais, o processo de transição da Terra, denominado pelo Apóstolo João, e outros profetas (médiuns), de apocalipse.

Mas ao falarmos de apocalipse não estamos nos referindo ao fim ou a destruição do mundo material, como pretendem as religiões que não acolhem os preceitos fundamentais da reencarnação e da evolução do espírito, até porque “Não é racional se suponha que Deus destrua o mundo precisamente quando ele entra no caminho do progresso moral…” (3.4).

O que se prepara é o fim desse mundo onde o mal ainda predomina, incitando preconceitos, orgulho, egoísmo e fanatismo (11), e apesar de ser um desígnio inexorável da Lei, essa transição se verificará observando uma entre duas possibilidades, pois que o arbítrio dos homens influi nos pormenores e no modo de execução dos eventos, mesmo aqueles da pauta da Providência (3.5).

A primeira possibilidade refere-se a uma guerra de extermínio por armas nucleares. Apesar de possível, consideramos essa hipótese remota, ante o conhecimento adquirido a partir das ocorrências havidas em Hiroshima e Nagasaki e a ampliação do poder de destruição desses artefatos.

De qualquer forma circula nos meios espíritas uma entrevista realizada pela Folha Espírita em 1992 e republicada na obra Não será em 2012 (12), na qual a saudosa companheira Marlene Nobre teria ouvido de Neusa Arantes que, por sua vez, teria escutado do próprio Chico, que em caso de ocorrer uma guerra de extermínio, o Brasil seria dividido para abrigar filhos de outras terras (naturalmente em razão da destruição e da contaminação nuclear), cabendo aos brasileiros parte da região Sudeste, Goiás e Distrito Federal e aos estrangeiros o restante do território nacional.

Da obra A Caminho da Luz (6.1), recebida por Chico em 1938 e publicada no início do ano de 1939, pinçamos o seguinte extrato, inserido em um contexto desenvolvido pelo autor espiritual que nos faz presumir que o século XX encerrou as guerras de extermínio, assim consideradas por seu imenso potencial de destruição:

“Vive-se agora, na Terra, um crepúsculo ao qual sucederá profunda noite; e ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos”.

Apesar de nos dias de hoje ocorrerem conflitos armados em várias localidades da Terra, não podemos compará-los à escala destruidora e animalesca que vigorou ao longo da última guerra, tampouco ao que seria um conflito de natureza nuclear, razão pela qual guardemos a esperança de que o século XX tenha, de fato, encerrado o ciclo primitivo das agressões escabrosas entre os homens.

A segunda possibilidade é de que os homens contenham os seus ímpetos belicosos e complementem a transição do planeta sem extermínios massivos.

Chico falou dessa questão no programa da TV Tupi e suas declarações encontram-se encartadas na obra Pinga-Fogo com Chico Xavier (13), da forma seguinte: “Se não entrarmos numa guerra de extermínio nos próximos 50 anos, então nós podemos esperar realizações extraordinárias da ciência humana, partindo da Lua”.

Conquanto o tema tratado na pergunta tenha sido Contato com civilizações extraterrenas, é certo que Chico e seu mentor Emmanuel referiram-se a ameaça nuclear decorrente das relações conflituosas entre as duas potências mundiais da época.

Considerando que o programa Pinga-Fogo foi veiculado na noite do dia 27 de junho de 1971, a conclusão é que estaríamos muito próximos de um cenário de paz que muito contribuirá para a consolidação da Terra como mundo regenerado.

Diante de todos esses fatos, cuidemos da continuidade de nossa reforma íntima, sem nos descurarmos das constantes e disciplinadas irradiações para a renovação da atmosfera do planeta, participando diretamente do esforço iluminativo que nos beneficiará a todos, em um futuro muito mais próximo do que imaginávamos.

Feliz 2019!

Feliz 2057!

Cleyton Franco

 

(1) Plantão de Respostas (Pinga-Fogo II), Francisco Cândido Xavier, Condições do Planeta, pag. 37, 3ª ed. 1995, Edt. CEU.

(2) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, Mundos Regeneradores, 16/18.

(2.1) Ibidem, itens 9 a 11.

(3) A Gênese, Allan Kardec, Cap. XI, itens 38 a 49.

(3.1) Ibidem, Cap. XVII, item 63.

(3.2) Ibidem, Cap. XVIII, item 33.

(3.3) Ibidem, Cap. XVIII, item 27.

(3.4) Ibidem, Cap. XVII, item 58.

(3.5) Ibidem, Cap. XVI, itens 13 e 14.

(4) Os Exilados da Capela, Edgard Armond, Cap. A Sentença Divina, pags. 39 a 49, Edt. Aliança, 1992, 27ª edição.

(5) Colonia Capella, Pedro de Campos/Espírito Yeshoshua Bem Nun, Caps. 21 a 26, págs. 168 a 205, Lúmen Editorial, 1ª ed., 2002.

(6) A Caminho da Luz, FCX/Emmanuel, Cap.III, págs. 33 a 38, Edt. FEB, 29ª ed., 2002.

(6.1) Ibidem, Cap. XXV, pág. 215.

(7) Apocalipse Segundo o Espiritismo, Marco Paulo Denucci Di Spirito, Cap. Apocalipse 20, pág. 391, Edt. Vinha de Luz, 1ª ed., 2017.

(8) Planeta Terra em Transição, Izoldino Rezende de Morais/Espírito Ismael, Cap. 16, pág. 152, Chico Xavier Edt., 1ª ed., 2011.

(9) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 3ª parte, Cap. I, questão 621.

(9.1) Ibidem, 4ª parte, Cap. II, questão 1019.

(10) Transição Planetária, Divaldo Pereira Franco/Espírito Manoel Philomeno de Miranda, Cap.3, pág. 37, Livraria Espírita Alvorada, 2ª ed., 2010.

(11) Obras Póstumas, Allan Kardec, Cap. Regeneração da Humanidade.

(12) Não Será em 2012, Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto, Cap. 7, págs. 73 e 74, FE Edt. Jornalística, 1ª reimpressão, 2011.

(13)                  Pinga-Fogo com Chico Xavier, organização Saulo Gomes, Cap. 32, pag. 96, Edt Intervidas, 2010

4 Comments

  • Frederico Martins disse:

    Obrigado por este texto tão bem feito e tão esclarecedor. Nos mostra uma visão mais realista e cheia de esperança de como será a transição do planeta. A citação das fontes bibliográficas não é comum em textos e vídeos por aí na internet. Parabéns!

  • Maria do Carmo disse:

    Você está correto, estamos entrando no mundo de regeneração, período este que servirá para que vençamos nossas piores tendências e comecemos a viver num mundo de fraternidade. O único mundo em que o mal se extingue é o Celeste, do qual, aliás, não temos informações.

    • Maria do Carmo disse:

      Mas que conste aqui que a citação feita pelo site sobre a data 2057 ser de mundo regenerado realmente foi feita por Chico Xavier.

  • MARCIO LUIS PUGA disse:

    Parabéns a direção do Centro Espírita Caminho da Paz, pelo “brilhante e esclarecedor texto”, sobre a transição planetária da Terra, para, o Mundo de Renegenaração, apesar estar lendo o texto em 2022, ele, continua atualíssimo, inclusive citando fontes bibliográficas, para todos os estudiosos do Espiritísmo ou simpatizantess, completar e ampliar, seus conhecimentos com segurança e racionalidade. Desejo que todos possam beber desses ensinamentos em proveito próprio, para ser manter nesse planeta regenerado.Parabéns!! Muita Paz e Muita Luz e Muita Perseverança!

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