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Faz parte da natureza do Ser humano buscar incessantemente o aprendizado, e nesse processo, elabora perguntas cujas respostas lhe construirão uma rota do conhecimento. Esse procedimento é assim explicado no contexto da educação formal: os estímulos recebidos desde a infância são enviados ao seu Sistema Nervoso Central (SNC), fazendo com que essas experiências de vida se traduzam em modificações cerebrais. A atenção dada ao tema pesquisado será o filtro natural para que o cérebro categorize sua importância no roteiro do conhecimento. Estamos falando, claro, de dados catalogados no SNC que são repetidos ao longo de anos…

No roteiro da materialidade, as informações de cunho religioso – seja qual for a religião – só fazem sentido quando o Ser encontra uma razão formal para sua compreensão. Essa razão formal pode, inclusive, não ser revestida por qualquer comprometimento científico ou ético. Basta “fazer sentido” àquele indivíduo. Esse roteiro é o mais usado para todas as informações transversais do misticismo. Não raro, vemos pessoas de diversas graduações intelectuais buscando respostas a partir de consultas esotéricas, sem qualquer fundamento científico. Isso porque precisam de respostas imediatistas e desconhecem o propósito Divino para cada ser encarnado.

Vejamos como definir a evolução do conhecimento, a partir da Doutrina Espírita, que, para isso, reúne cinco princípios básicos: Existência de Deus; Existência e Imortalidade da Alma; Comunicabilidade dos Espíritos; Pluralidade das Existências; e Pluralidade dos Mundos Habitados. Quando o Ser não tem como acessar, em seu banco de dados, tamanho feixe de informações, provavelmente pode questionar sua origem ou veracidade. Por outro lado, aquele que dedica algum tempo ao estudo da Codificação Kardequiana, passa a encontrar respostas para muitas de suas angústias passadas, presentes e futuras.

Jesus usou as parábolas para facilitar a compreensão daqueles que viviam em seu tempo, permitindo-lhes compreender com simplicidade processos profundos da alma. Até os dias de hoje, Seus ensinamentos nos apontam para o conhecimento como única forma de aplacar nossa fome de saber e, ao mesmo tempo, para a prática do bem.

E por sermos ignorantes e nem sempre estarmos prontos para compreender todas as respostas às infinitas perguntas, o Plano Espiritual aguarda nosso amadurecimento intelectual e espiritual. Isso pode levar muito tempo! Acredita-se que a compreensão mais profunda da existência humana só ocorra em uma versão mais evoluída dos mundos terrestres, quando o planeta deixar sua vocação de expiação e provas e passar a ser um planeta de regeneração.

Mas não podemos aguardar tanto, até porquê nosso cronômetro espiritual roda cada vez mais rápido! O momento é selecionar, para nosso SNC, o que realmente importa saber, e aqui elencamos cinco tópicos para nossa reflexão:

  1. Oblívio – o processo de esquecimento de vidas passadas, ao reencarnar, permite que o Espírito possa cumprir a sua jornada sem qualquer influência das vidas pregressas. A questão 392 de O Livro dos Espíritos[1] esclarece: “O homem não pode, nem deve, tudo saber; Deus o quer assim em sua sabedoria. Sem o véu que lhe cobre certas coisas, ficaria deslumbrado, como aquele que passa, sem transição, da obscuridade à luz. Pelo esquecimento do passado, ele é mais ele mesmo”.
  2. Aflições – muitas são as aflições, mas pouco é o entendimento a esse respeito. O cap. V de O Evangelho Segundo o Espiritismo[2], intitulado Bem-aventurados os Aflitos, pontua que toda a aflição presente tem uma compensação futura (em nova encarnação), mas quando não há essa certeza em nosso coração, todas as premissas seguintes ficam sem sentido. “As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e, uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa”. Essas aflições tanto podem ser causadas na presente encarnação, como derivarem de delitos pregressos do Espírito, que tem na reencarnação uma ferramenta para corrigir-se.
  3. Julgamento divino – muitos de nós enfrentamos situações que podem levar a uma avaliação equivocada de Deus. Diante de catástrofes coletivas ou casos individuais de desterro, tendemos a achar que nosso Pai não foi justo. O que nos falta ao conhecimento é a Lei de Causa e Efeito, que rege nossas múltiplas existências. Por desconhecermos toda a trajetória do indivíduo, também ignoramos o que lhe cabe corrigir na atual jornada.
  4. Interrupção da vida – há os que acreditam ser possível interromper a atual existência, seja porque lhe parece dura demais (ao abreviá-la através do suicídio), seja para, pretensamente, abreviar um sofrimento (através da eutanásia). Da mesma forma que desconhecemos os desígnios divinos em relação àquele Ser, não nos cabe julgar o melhor caminho para situações de grande sofrimento. A nossa participação pode ser a de oração, pedindo ao Pai que lhe conceda forças para vencer as etapas propostas em seu projeto reencarnatório.
  5. Amor ao próximo – Jesus resumiu todo o Evangelho em uma máxima: ama o próximo. A partir dessa prática, eliminaríamos uma série de maus hábitos (inveja, preguiça, cobiça etc), auxiliaríamos nossos irmãos e seríamos capazes de neutralizar todos os embates da Humanidade. Não existiriam guerras, nem epidemias ou quaisquer outros desajustes, pois o amor é a máxima que nos conduz ao Cristo.

Estamos diante de um dilema: aprender a aprender ou abrir mão desse importante conhecimento. A escolha é pessoal e intransferível, mas os frutos serão colhidos por toda a Humanidade.

Vanda

 

 

[1] O Livro dos Espíritos, pag 144; IDE, 182ª edição.

[2] O Evangelho Segundo o Espiritismo, a partir da pag. 53; IDE, 365ª edição.

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