Se tivéssemos condições e oportunidade de examinar a passagem dos séculos na longa esteira do tempo, como num filme que retratasse a história da Humanidade desde os seus primórdios, certamente nos surpreenderíamos com o movimento evolutivo dos Seres e das civilizações a que pertenceram.
Fácil nos seria notar as épocas que assinalaram os resplendores e as decadências dos impérios e reinados terrenos.
Mas, um fato nos chamaria a atenção: a inconstância desses períodos de glória e de declínio, intrigando-nos a mente, o porquê de um período glorioso não se manter nessa condição de progresso. O quê motivaria essa instabilidade coletiva e individual, inibidora da ascensão humana?
A resposta é clara: o Ser humano encontrava-se, e encontra-se ainda, muito distante de cultivar os valores de Deus (espirituais), dedicando seu tempo na conquista dos valores da Terra (materiais).
Os grandes impérios do passado, em sua expansão, não estavam solidificados na Lei Divina, por isso decaíram.
Os resplendores que exibiam, não eram verdadeiros, porque foram erigidos no orgulho, na opulência, na ambição, que são glórias instáveis, efêmeras.
A Humanidade ora avança nos aspectos intelectuais, morais, ora cede às más experiências, em alternâncias que mostram os tropeços, as dificuldades, num círculo vicioso de graves consequências.
A constatar essa triste realidade, aí estão os avanços tecnológicos evidenciando uma inteligência avançada, ao lado de guerras terríveis, de alto poder de destruição, ressaltando a inferioridade dos sentimentos na prática da crueldade.
São os grupos humanos que constituem e caracterizam a sociedade em que vivem. Ela, a sociedade, é, portanto, reflexo das qualidades e imperfeições dos Seres que a compõem. Estranhável, pois, que uma civilização que tenha alcançado o apogeu nas Artes, na Ciência, na Filosofia e demais segmentos de que se constitui, se deixe abater pelos ventos fortes das paixões inferiores avassaladoras, pondo a perder o trabalho de séculos…
Sabemos que o coletivo é o somatório do individual.
Temos urgência em sair desse processo repetitivo, e só o conseguiremos percorrendo caminhos diferentes. O Evangelho do Cristo Jesus nos aponta novas estradas; é o roteiro seguro para preencher o vazio de nossas vidas e libertar-nos das sucessivas reencarnações no erro.
Às vezes, dentro de uma mesma encarnação, repetimos, num círculo vicioso, os mesmos padrões de conduta equivocados. Quantos de nós permanecemos nessa faixa de reencarnações de baixo teor espiritual exterminando as mais belas conquistas do sentimento?
Muitos sucumbem fascinados pelo poder, pela fama, pela ambição da riqueza desmedida. Outros perseguem os prazeres do sexo desvairado, e quantos são envolvidos no cipoal de todo tipo de vício.
Todos voltamos ao cenário terrestre pelas portas da reencarnação com a perspectiva de vencer os males que nos maculam as vestes espirituais, mas, poucos escapamos das teias em que nos encontramos enredados desde há muito.
Pelo descaso que damos à grandeza de Deus, esquecemos as boas escolhas que fizemos antes do reencarne e optamos pelas grandezas dos homens, imaginando que somente elas poderão nos propiciar momentos e sensações de felicidade.
E assim segue seu caminho, o incauto, mais uma vez enganado pelas escolhas equivocadas. Mas, no desenrolar do tempo que lhe foi dado como meio de reajustar seus valores, eis que chega a madureza, e com ela, a meditação do crepúsculo… é quando reflete mais, pensa mais no que construiu ou deixou de construir, examina a bagagem interna e encontra muitos valores e tesouros do mundo, mas pouquíssimos ou nenhum espiritual.
Jesus sempre concede, na Sua misericórdia infinita, uma nova oportunidade ao trabalhador hesitante. O dia volta e refunde-se a esperança, diz Emmanuel. Mas nada aproveitará o operário, se buscar pelos valores eternos, no crepúsculo cheio de sombras.
Leitor amigo, é sempre tempo de estudar, de mudar, de viver experiências já vividas de maneira mais adequada para sair da repetição.
Encerrando nossos apontamentos deixo um excerto da Mensagem VII de Bezerra de Menezes, psicografada pelo médium Divaldo P. Franco na obra “Jesus e nós”.
“Anoitece na Terra.
As sombras se adensam nas paisagens onde antes fulgia a esperança, deixando a impressão de que tempestades não aguardadas rugirão ameaçadoras!
As estrelas, momentaneamente, ficam encobertas no seu brilho e as perspectivas fazem-se grotescas.
Vivemos a hora das definições. Crepúsculo da cultura e da civilização, é também madrugada da nova ética.
Iniciar-se-á a Era da Nova Consciência, na qual a criatura humana está convidada a responsabilidades fora dos modelos tradicionais.
O conhecimento propiciará a todos os vanguardeiros do progresso a visão positiva do que fazer, quando realizar e como expressar-se.
Nesse momento histórico, que também é de desafio, os cristãos decididos de ambos os planos da vida estamos convidados à ação renovadora.
Indispensável que nos equipemos com recursos que possam contribuir de maneira definitiva para a instalação do período especial, deixando à margem questiúnculas, as de significado alternativo, para pensarmos, em uníssono, numa diretriz que demonstre a excelência do pensamento do Cristo, direcional essa para os que chegam apressados e sem norte, batendo à porta das nossas experiências.
Desnecessário demonstrar que a criatura humana, sedenta de liberdade, ao receber o prelúdio da mensagem grandiosa, faz-se libertina, por falta de amadurecimento psicológico, e, buscando os ideais superiores, ata os pés nas velhas paixões ególatras, sem a coragem de romper tais amarras, para pensar na consciência geral do bem.
Estamos, meus filhos, convidados a contribuir no esforço para a erradicação das causas do sofrimento.
Educar, no seu sentido lato, criar hábitos e instruir é a forma de socorrer para evitar a violência que a miséria socioeconômica estimula, quando não lhe é geradora. E amar, para que a mansidão do Cristo possa constituir-se alicerce básico da Era Nova.”
Yvone
Fonte de consulta: Recapitulações – Emmanuel / F.C.Xavier in Caminho, Verdade e Vida