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(Texto com base na crônica “Como as Crianças Pensam” de Cecília Meirelles do livro “Crônicas de Educação)

 

Analisar como pensam as crianças é experiência deliciosa, e de ensino profundo.

Duas meninas, uma de cinco, outra de sete anos, estavam na sua mesinha jantando.

A menorzinha encontrou um grão de feijão na sopa, e disse para a outra:

Quando eu tiver uma semente de feijão, vou plantar no meu canteiro.

A outra acabou de engolir a sua colherada, passou o guardanapo na boca, e replicou:

Feijão não tem semente. A semente é ele mesmo.

A pequenina não entendeu, e tornou:

Então, como é que ele pode nascer, sem semente?

A outra, depois de pensar um pouco, explicou:

Eu acho que é mesmo a terra que, um dia, vira feijão.

Mas sem ter havido nenhuma semente, antes?

É, mesmo sem ter havido. Ela vai se juntando, juntando, juntando, e fica assim… num grão.

E procurou pelo prato, para ver se encontrava mais algum.

A menorzinha não se conformou muito com essa transformação abstrata. Foi tomando a sopa, e pensando.

Depois de um pedaço de silêncio, reatou a conversa: Olha, também pode ser assim: um homem faz uma bolinha pequenina, pequenininha de massa… Depois, pinta por cima. Fica o primeiro feijão, então. Depois, os outros nascem…

A outra menina perguntou imediatamente:

E com que é que ele faz a massa?

Pode ser com… batata.

Mas batata não é feijão! – concluiu a maior, voltando a tomar sua sopa, pensando um pouco mais no tema proposto.

As duas continuaram ali, sentadas na mesinha, sem solução para sua dúvida, e com as cabecinhas quentes, de tanto pensar, imaginar e questionar.

 

Caros amiguinhos

A história deste mês ressalta o valor da curiosidade saudável. Do interesse em querer saber mais sobre isto ou aquilo.

Se a idade dos “porquês”, comum na fase infantil da vida, nunca tivesse passado, certamente os adultos não deixariam de questionar, aceitando tudo sem o processo indispensável do raciocínio.

Muita “gente grande” foi obrigada a não pensar, a concordar com tudo, desrespeitada naquilo que há de mais belo no Espírito: a liberdade de pensamento.

Na Antiguidade, um importante pensador chamado Sócrates, foi proclamado um dos homens mais sábios de todos os tempos; ele tinha o hábito de questionar, de descobrir o que estava por trás das coisas e das ideias.

É isso que todos precisamos fazer, conquistar essa sabedoria e entender o mundo de forma mais lógica, encontrando assim as verdades eternas que nos farão cada vez mais felizes.

Se continuarmos aceitando que feijões podem ser feitos de batatas estamos paralisando nosso desenvolvimento intelectual, e consequentemente, condenados ao engessamento moral.

Em vista disso, caros amiguinhos, quando lerem ou ouvirem uma história que Jesus costumava contar, procurem questionar, entender, o que há por trás das palavras tão sábias do Mestre. Que ensinamentos Ele queria nos passar? Somente assim não seremos enganados pelos falsos instrutores…

 

Tenham todos um excelente 2024, repleto de oportunidades que desenvolvam o conhecimento e os sentimentos.

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