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Carlos era um garoto estudioso. Seu problema era a impaciência.

Se estivesse fazendo a lição de casa e algo saísse errado, logo se irritava. Jogava longe o caderno, a régua, a caneta. E desistia do trabalho.

A atitude preocupava seus pais. Os conselhos eram reprisados todos os dias. Sem nenhum efeito.

Uma manhã, ao abrir a janela do seu quarto, Carlos viu um beija-flor sobrevoando o jardim.

Debruçou-se no peitoril da janela e ficou observando o lindo pássaro, de penas verdes e azuis, batendo rapidamente as asas.

Batia em tal velocidade, que conseguia parar no ar. Voar para trás.

Carlos viu a minúscula ave apanhar um raminho e subir até o galho de uma árvore, que ficava na altura da sua janela.

Tornou a descer e subir, sempre carregando um raminho no bico.

A cena deixou o menino extasiado. Chamou o pai, a mãe, o irmão. Todos vieram admirar as idas e vindas do beija-flor.

Em verdade, tratava-se de uma fêmea porque é ela quem escolhe o local e constrói o ninho. O encantamento foi geral.

Naquela noite, no entanto, ventos fortes sopraram, seguidos de chuva torrencial.

Pela manhã, o ninho estava no chão. Carlos ficou olhando triste. Tanto trabalho por nada.

Logo o sol saiu. A folhagem, a ramaria começaram a secar. A Natureza tornou a sorrir maravilhas.

E a fêmea se apresentou no jardim e recomeçou a tarefa. Raminho após raminho foi sendo levado. A construção do novo ninho demorou quase dez dias. Tinha a forma de um cone fundo.

A fêmea se acomodou e botou dois ovinhos.

Carlos passou a observar, cuidadosamente, o ninho. Se a fêmea se afastava, ele ia dar uma espiadela.

Numa bela tarde, que surpresa! Os filhotinhos haviam nascido. Estavam com os biquinhos abertos, esperando que a mamãe beija-flor lhes desse o alimento.

Nessa hora, o pai de Carlos, também observando a cena, aproveitou para falar:

Você já imaginou, meu filho, se no dia daquela tempestade, quando o ninho caiu, ela tivesse desistido?

O exemplo dela é de persistência e paciência. Procure reforçar essas qualidades dentro de você.

Se você desistir, na primeira dificuldade, perderá a chance de realizar coisas maravilhosas. Pense nisso.

(autor desconhecido)

Pequeno leitor

Observe como a Natureza nos oferta grandes lições de vida.

Na história deste mês vemos a virtude da paciência, da persistência, exemplificadas pelo pequeno colibri ou beija-flor, como queira chamá-lo.

Apesar de ter seu ninho destroçado pela tempestade, não se revoltou com o ocorrido, e, imediatamente, deu início ao trabalho de reconstrução.

É da Lei do Trbalho, importante Lei Divina, que toda criatura na Terra obedeça seus comandos, fazendo frente à Lei de Destruição, que tem por objetivo a renovação dos seres e das paisagens terrenas.

Muitos veem na tempestade, um mal; mas ela é necessária para a purificação do ar, para as plantas, animais e criaturas humanas.

Quando acontece, leva consigo grande parte do que supomos ser para sempre; mas a vida é movimento, e destrói-se o velho para surgir o novo.

E o colibri, obediente aos desígnios de Deus, reconstruiu seu ninho.

O pai do garoto impaciente de nossa história, aproveitou esse fato para fazer ver ao filho a importância da paciência, do recomeçar, da perseverança.

Será sempre útil conservarmos em nosso interior a virtude da serenidade diante das coisas que nos desagradam, e buscar caminhos outros que nos levem à realização de nossos planos e objetivos.

Se você tem comportamento parecido com o de Carlos, guarde na memória a história do colibri e mude seu  modo de agir.

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