O que faria um pinguim nadar oito mil quilômetros, todos os anos, das águas geladas da Patagônia até uma praia de correntes mornas na costa do Rio de Janeiro?
Esta é a indagação que se fazem, nos últimos anos, os pescadores de uma aldeia que veem o retorno do pinguim, ao qual até deram nome: Dindim.
Há mais de cinco anos, ele foi recolhido pelo pescador João de Souza. Estava exausto, faminto e coberto de óleo. João o alimentou com sardinhas e palavras doces.
Deu-lhe banho e o deixou livre. Mas, Dindim acabou ficando por ali mesmo, durante onze meses.
Quando ninguém imaginava que fosse embora, ele partiu.
A grande surpresa foi vê-lo de retorno aos braços do pescador, ano após ano. Para aquele animal, João significa carinho, proteção, segurança, alimento.
A felicidade é de ambos. Um oferece tudo de novo e manifesta a sua alegria. O outro, se felicita em receber.
Pequeno leitor,
A história deste mês nos permite perceber a importância dos gestos simples no nosso dia-a-dia, que nos tornam mais generosos.
E quanto todos necessitamos de um colo, de um aconchego.
Nos dias de pandemia, não podíamos abraçar, não podíamos oferecer o ombro amigo a quem padecia, não podíamos fazer visitas a quem estivesse hospitalizado.
Diante desse fato, tivemos de reinventar maneiras de estar com o outro, mesmo à distância, enviando as vibrações mais sinceras do nosso sentimento. Com isso aprendemos a demonstrar mais nosso carinho usando o telefone, as mensagens de WhatsApp, o Instagram, o Facebook.
Aprendemos, mais que tudo, a dizer para aqueles que nos importam, o quanto eles são especiais em nossa vida.
Se alguém não entra em contato conosco há algum tempo, tomemos a iniciativa. Utilizemos os meios possíveis para lhe perguntar como vai. Alonguemos a conversa.
Assim como o pinguim desta história vem de longe, para demonstrar seu afeto a quem lhe deu carinho e atenção num momento difícil, sejamos capazes também de não deixar esfriar o amor, a solidariedade, a atenção. Podemos até estar distantes, mas, presentes…
Pense nisso!
(Texto com base em fato extraído do artigo “Saiba acolher”, de Liane Alves, da revista Vida Simples)