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Virtude, vocábulo que encerra em si a magnitude do Espírito. Estudada desde a Antiguidade, Teologia, Filosofia e Religião concordam que Virtude é a predisposição da alma em fazer escolhas voltadas ao bem. [1] Na visão Espírita, em seu mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.[2]

Essas três disciplinas também convergem quanto ao fato de não bastar fazer o bem. Para ser virtuosa a ação precisa ser consciente, fruto de reflexão. O “bem” que desconhece a motivação e não mede as consequências pode ser inócuo ou mesmo equivocado, por isso, não é virtuoso: tomemos por exemplo a mãe que, desejando ser bondosa aos olhos do filho, nunca lhe nega algo, perdendo a oportunidade de educar-lhe a vontade e os valores. Por outro lado, a bondade lúcida, oriunda da Virtude, é aquela que diz “eu te ajudarei porque amo o meu próximo, mas você precisa reparar o seu erro”.

Note que a Virtude tem motivação moral, mas é executada a nível mental. É o intelecto que confere ao Homem discernimento para diferenciar o bem do mal. Assim, dotado de livre-arbítrio e conhecimento, pode escolher entre um e outro, conforme a sua moral determina.

Intelecto e moral progridem de forma alternada. É a soma dessas qualidades que define o grau evolutivo de um indivíduo, sendo que o segundo decorre sempre do primeiro[3]. Enquanto não se lhe haja desenvolvido o senso moral, pode acontecer que se sirva da inteligência para a prática do mal. A história da Humanidade nos mostra inúmeros exemplos em que o Homem cometeu atrocidades em nome da Justiça. Sem o amor, a Justiça é vingança. Sem o saber, o amor é tolo.

O mais incrível é que esse Amor (sim, com letra maiúscula) vive latente em cada um de nós. As Leis Naturais estão gravadas em nossa consciência, mas isso não implica estarmos conscientes delas. Precisamos de conhecimento para fazermos aflorar esse gérmen Divino adormecido e evoluir moralmente.

Para sermos virtuosos, o mais importante “saber” a ser adquirido é o autoconhecimento. Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos qual é o meio prático mais eficaz para que pudéssemos superar as tentações do mal e sermos felizes nessa vida, eles responderam: conhece-te a ti mesmo.[4]

Uma vez que entendamos as nossas motivações e sentimentos, o autoaperfeiçoamento passa a ser uma necessidade da alma e a prática das virtudes é facilitada. Então, estaremos capacitados a praticar o bem em todas as dimensões, pois nossos atos estarão baseados na equação “conhecimento + moral + raciocínio”.

Não obstante o grau ou a natureza do bem que fazemos, todas as virtudes têm seu mérito, pois sinalizam o progresso do Espírito[5]. A marca mais visível da inferioridade da alma é o interesse pessoal, gesto este nascido do egoísmo e, por vezes, do orgulho.[6] O ponto alto da Virtude é o desinteresse pessoal[7]. Tal qualidade exige esforço na eliminação das más-tendências, processo que se inicia no que parece ser mais ordinário. São exemplos: no desporto, saber vencer e saber perder; na alimentação, comer pela nutrição, não exceder; no lazer, prestar atenção aos limites do temperamento do próximo; no estudo, querer se superar e não ao outro; no ambiente laboral, ser colaborativo, não competir com o colega.

Para os filósofos Sócrates e Platão, são virtudes a prudência, a fortaleza, a temperança e a justiça. Para Aristóteles, a coragem, a liberalidade, a temperança, a magnanimidade, a mansidão, a franqueza e a justiça. A Teologia tem como virtudes a fé, a esperança e a caridade.1 Há mais de dois milênios essas listas nos desafiam a buscar meios para sermos uma melhor versão do que fomos ontem. Ainda estamos muito aquém do nosso objetivo e precisamos cuidar da lapidação de nós mesmos com urgência!

Ser Espírita é buscar a consciência de si mesmo. É saber-se imperfeito, mas conduzir ativa e persistentemente a vida na direção do bem. É buscar incessantemente a luz do Criador e refleti-la para o mundo.

Aproveitamos esse momento de reflexão para convidar os nossos leitores e leitoras a se informar sobre os Cursos gratuitos ministrados por esta Casa, que terão início em março de 2023. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site ou presencialmente. O conteúdo programático e a fonte bibliográfica podem ser encontrados em nosso website. O programa oferece ao aluno o caminho do autoconhecimento, orienta na conduta para com o semelhante e estimula o despertar das virtudes através do estudo aprofundado de O Evangelho Segundo o Espiritismo e das parábolas de Jesus. A Doutrina Espírita é estudada através de O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, a partir dos quais aprendemos acerca do intercâmbio entre os mundos visível e invisível, os fenômenos mediúnicos, os porquês dos eventos aparentemente incompreensíveis e muito mais! Há, ainda, o Curso denominado CAT, voltado para quem deseja ser trabalhador Espírita, que vem formando servidores há mais de 20 anos.[8]

Não temos tempo a perder, a Terra está em transição[9]! O momento do autoaprimoramento é agora!

Lila

 

 

[1] FEB. Estudo aprofundado da Doutrina Espírita – Livro IV, Módulo III, roteiro 6

[2] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 17, item 8.

[3] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 780.

[4] Filósofo grego Sócrates (470-399 a.C.)

[5] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 893.

[6] MAIA, João Nunes, pelo Espírito Miramez. Filosofia Espírita. Vol. XVIII, Cap. 28: Interesse pessoal.

[7] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 895.

[8] Saiba mais lendo o artigo Iniciação ao estudo da Doutrina Espírita, publicado em 01/12/2021, em nosso website.

[9] Saiba mais sobre a Transição Planetária lendo o artigo Os tempos são chegados, publicado em 01/02/2022, em nosso website.

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