Não te magoes nem te desesperes ante a desencarnação do ser amado. Considera as circunstâncias em que se deu e ajuda-o com o teu imenso carinho, a preservar o equilíbrio no país e região para onde retornou.
Reflexiona a respeito da fragilidade orgânica, das ocorrências funestas por meio de doenças degenerativas, paralisias ou sofrimentos indescritíveis, caso o anjo de tua ternura não encontrasse o encerramento dessas aflições e as tivesse de enfrentar longamente, vivendo no corpo, quando este é somente uma veste.
Amando-o, bendize sabê-lo livre do desespero, do calvário vivo na cruz da redenção.
Por tua vez, enquanto ficas no corpo, recorda que também chegará a tua vez, e que deves viver de maneira que nada te retenha nas aflições terrenas, nem haja sido a tua jornada um círculo estreito de perturbações.
Desenvolve os sentimentos do amor que vige no teu coração e amplia-o ao infinito, fazendo todo o bem que te esteja ao alcance.
Valoriza a oportunidade preciosa, tornando-te útil ao teu próximo e à sociedade na qual te encontras.
Mantém a alegria de viver e transforma a tua jornada em uma senda de bênçãos, rica de contribuições de paz e serviço.
Recusa os chamados aos prazeres entorpecentes, que embriagam de júbilo momentâneo e se convertem depois em suplício e arrependimento enlouquecedor.
Ama as questões simples e vive com simplicidade, sem as complexas quinquilharias da vaidade e da ilusão.
[…] Recorda-te de Jesus.Utilizou-se de ocorrências comuns e habituais para compor a orquestração das parábolas, a fim de resguardá-las e preservar os seus conteúdos sábios e insuperáveis.
Os tempos passaram, enquanto Ele permanece incólume, insuperável.
A simples lembrança d’Ele e dos Seus feitos faz pulsar com mais vigor o órgão cardíaco e o corpo freme de emoção.
Ele ouve-te e participa das tuas dores e ansiedades.
Confia n’Ele.
A cada instante a morte arrebata uma vida. Esse é seu mister.
No teu caso, como em todos, é indispensável preservar a esperança da imortalidade, quando voltarás a ser feliz, com os amores que partiram e, no entanto, te esperam em júbilo.
JOANNA DE ÂNGELIS / DIVALDO P. FRANCO in “LUZ NAS TREVAS”