Somos todos escritores de nossa própria história. História essa cujo começo vai distante no tempo, de forma que dela só conseguimos registrar, na hora que passa, o momento presente. A experiência atual, entretanto, não está desvinculada das que lhe antecederam. Por aquilo que nos caracteriza a personalidade podemos identificar, em alguns aspectos, o que fomos no pretérito.
Conhecemos, no íntimo, a posição ambiciosa que nos tem marcado o Espírito se acaso a vaidade se faz presente a cada dia; como também registramos o desapego às coisas materiais se já não nos escravizamos a elas. De um lado, algo a combater, de outro, esforço na perseverança. A vida à nossa volta é pródiga em oferecer situações que nos propiciem o progresso espiritual, e o relacionamento humano é o teste que se nos apresenta a cada hora do dia.
A oportunidade, pois, para que o livro que estamos escrevendo se torne uma epopeia de luz, é constante; resta-nos aproveitá-la. Histórias existem cujas frases iluminam as vidas que as leem.
A resposta que damos a quem nos indaga, os gestos com os quais nos expressamos, o modo como externamos nossos pontos de vista são retratos vivos de nossa personalidade que ficam gravados nas páginas de nossa obra.
Imprimimos aos que conosco convivem, muitas de nossas expressões particulares, sem que nos demos conta dessa ocorrência, e as marcas que gravamos nos outros, ficam também registradas nas folhas esparsas de nossa história que a morte recolherá para juntá-las a tantas outras de tantos tempos vividos.
Atentos a estas verdades, nunca será demais praticar a indulgência como norma de conduta, construindo assim, uma área de amor em torno do próprio coração, única forma capaz de redigirmos um compêndio de luz para os que nos seguem os passos.
Se soubermos estar com Jesus nos pensamentos, palavras e ações, por certo nosso livro se converterá num poema de bênção e felicidade.
Emmanuel / F.C.Xavier) in “Mãos Unidas”