No Afeganistão, um atentado destrói veículos e ceifa a vida de soldados e civis. Em Israel, um homem-bomba despedaça seu corpo, levando consigo pessoas que antes nunca vira. No Brasil, o confronto entre a polícia e facções de traficantes vitima crianças, atingidas pela estupidez das balas perdidas.
Como se não bastasse tamanho quadro de violência, noticiários na TV falam de arrastões em condomínios residenciais. Câmeras de vigilância urbana filmam a vulgarização do crime, mostrando assassinatos por conta de motivos frívolos. Blogs exibem atropelamentos nas vias públicas, seguidos pela tentativa de linchamento de motoristas.
Assustados diante da situação, perguntamo-nos: afinal, qual a origem da violência? De onde surge esse mal, que por vezes nos consome, ultrapassando limites e fronteiras, desrespeitando idades, gêneros, etnias ou condição social?
Graças aos esclarecimentos dos Espíritos superiores, hoje sabemos que a violência existe porque significativa parcela da Humanidade – seja em sua porção visível ou invisível – ainda tem o coração tomado por sentimentos inferiores, em que a animosidade e a agressividade se encontram em estado latente, aflorando ao defrontar o ultraje e a humilhação.
Diante do quadro que se nos afigura, é conveniente lembrar a mensagem de Jesus: “Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra”. As palavras do Mestre nos exortam a cultivar a esperança, esclarecendo que, embora o mundo de hoje esteja tomado por almas que ainda se deixam levar por seus desatinos, no futuro, quando a Terra se houver tornado um mundo regenerado, será habitada e conduzida por aqueles que conseguiram sublimar seus instintos, transformando os ímpetos de violência em efetivas ações pela paz e harmonia.
Ante o providencial aviso, e enquanto não se instala esse novo tempo, é imprescindível vivenciar a paz à nossa volta, evitando somar ao ódio já existente aquele que porventura ainda se encontre oculto em nosso âmago, apenas à espera de uma oportunidade para se revelar. ■
Licurgo Soares de Lacerda Filho – in Reformador / março/ 2011