A terceira lei da Dinâmica[1], chamada ação e reação, descreve as interações entre os elementos materiais em nosso planeta. Isaac Newton[2] observou que a toda ação corresponde uma reação de mesma intensidade em sentido contrário.
Todavia, o Espiritismo nos ensina que esse comportamento é bem mais abrangente do que o cientista conseguiu comprovar[3]. Trata-se de lei natural que explica o encadeamento dos eventos em todo o Universo[4].
Raramente paramos para pensar sobre os efeitos das nossas ações antes de praticá-las. Em verdade, na maioria das vezes, somente refletimos sobre elas quando desagradados por seus desdobramentos. Quem nunca se perguntou o que teria acontecido se tivesse agido de outra maneira?
O que provoca tal questionamento é a nossa consciência, onde estão inscritas as leis naturais. Ela fornece a percepção do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais. É o que nos confere dignidade espiritual, pois funciona como freio moral para o exercício do livre-arbítrio.
A interação entre ambos, consciência e livre-arbítrio, viabiliza a responsabilização pelos efeitos das nossas ações. Tal responsabilidade se inicia na escolha do ato praticado, do contrário, não nos perguntaríamos o que poderíamos ter feito diferente quando uma consequência nos desagrada.
Newton não pôde ir além em suas conclusões, pois não previu o intangível: os pensamentos, as palavras e os sentimentos também causam reações, mesmo a nível subconsciente. A todo tempo, emitimos impressões do que sentimos e produzimos resultados pelos quais somos responsáveis. Então, colhemos os frutos, doces ou amargos, conforme a natureza do sentimento que originou cada ação, seja ela superior ou inferior.
Os efeitos causados por nossas ações podem ser percebidos imediatamente, ao longo de uma vida e até por reencarnações, a depender da sua magnitude.
Em vida, compete-nos escolher o melhor que o nosso discernimento seja capaz de determinar e conviver com os resultados. Desencarnados, reconhecemos os erros cometidos para, então, escolhermos reencarnar submetendo-nos aos sofrimentos que infligimos aos nossos semelhantes.
Ainda assim, as provas e expiações pelas quais escolhemos passar não são imutáveis. A lei de causa e efeito permite aos que obraram no bem e no amor a colheita dos frutos de mesma natureza, como resultado de seus esforços na Seara do Senhor.
O acaso não existe. Da mesma forma, não existe um destino definitivo escrito para cada um de nós. Dotados do livre-arbítrio e da consciência, somos autores da nossa história e determinamos o nosso ritmo evolutivo.
Que em 2022, inspirados no exemplo de Jesus, possamos manter elevados os nossos sentimentos, cultivando o amor para com todas as criaturas. É certo que esse amor retornará, pois, “a cada um segundo as suas obras”[5].
Lila
[1] A terceira lei da Dinâmica é um dos corolários da mecânica Newtoniana. Ela explica a lei de causa e efeito aplicada a corpos materiais.
[2] Isaac Newton (1643-1727) foi um físico, astrônomo e matemático inglês. Seus trabalhos sobre a formulação das três leis do movimento levou à lei da gravitação universal, dentre outras.
[3] A Lei da ação e reação, estudada na Física moderna, não deve ser confundida com a lei natural de causa e efeito. Você pode entender as diferenças no roteiro 17 do “Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita – Programa de Filosofia e ciências Espíritas” da Federação Espírita Brasileira https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/05/Roteiro-17-Causa-e-Efeito.pdf
[4] Lei de causa e efeito.
[5] “A cada um segundo as suas obras”. Mateus (16:27).
Explicação Espírita: Lei de Justiça – KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos” – questões 873 a 892.