Skip to main content

Dezembro! Modifica-se a atmosfera fluídica da Terra, anualmente, por ocasião do natalício do Cristo Jesus. Abrem-se as portas dos corações humanos, que passam a irradiar amor de forma mais intensa. É Natal!

Dezembro, 1873! No dia 25, noite de Natal, há 148 anos, a médium Madame W.Krell, psicografa a Prece de Cáritas, ditada pelo Espírito Cáritas, num grupo de Bordeaux (França). Desde então, essa oração se tornou conhecida em várias Nações do mundo. No Brasil passou a ser divulgada nos Centros Espíritas em geral.

Como prece intercessória, visa o auxílio aos irmãos de romagem, mas, também roga ao Pai que nos conceda forças para que possamos doá-las. Atentemos para seu conteúdo.

 

Deus, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a Verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade”.

Jesus, quando se referia a Deus, dizia simplesmente “nosso Pai”, e é dessa forma que devemos, na condição de filhos necessitados, nos dirigir a Ele.

Nesse parágrafo, a prece intercede pelos que, em períodos probatórios, necessitam de força, luz, ajuda para entender a Verdade, isto é, compreender as Leis que regem a vida e explicam as causas dos sofrimentos humanos; estimula ainda, o espírito fraternal por parte daqueles que se encontram ao redor dos que sofrem.

 

“Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso”.

O viajor é aquele que segue pelos caminhos da vida, segundo suas necessidades de aprendizagem e resgate. Nessa condição, que não lhe falte a “estrela guia”, isto é, as Entidades Espirituais luminosas a lhe inspirar o caminho correto. E a rogativa continua, tanto para o aflito que necessita de quem lhe pense as feridas da alma, como para o enfermo do corpo, que também necessita do repouso (alívio) das dores.

 

“Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao Espírito a Verdade, à criança o guia, ao órfão o pai”.

Neste parágrafo, o despertar do arrependimento é o primeiro passo da regeneração daquele que reconhece seus equívocos. Dependendo da gravidade do erro, muitos são segregados por longo tempo, em prisões que os isolam do convívio social. De nada lhes valerá a liberdade se não forem bafejados pelo arrependimento… eis porque é tão necessária à individualidade (Espírito) o conhecimento da Verdade (Leis de Deus), que transformam o homem. Que a criança tenha, desde o início de sua jornada terrena, o guia a conduzi-la pelos caminhos do bem, e ao órfão, que não lhe falte a adoção ou mãos seguras que o amparem.

 

“Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes”.

Neste particular a ação da prece se faz abrangente e a projeção mental abarca não só todos os reinos da Criação (mineral, vegetal, animal, hominal), mas também todos os mundos que giram nos infinitos Universos; grandiosidade Divina que nossos sentidos, ainda pouco desenvolvidos, não conseguem captar com clareza.

 

“Piedade, Senhor, para aqueles que não vos conhecem; esperança para aqueles que sofrem. Que vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.

Os que desconhecem Deus não são apenas os que nunca ouviram falar Dele, mas, principalmente, os que conhecendo suas Leis, insistem em ignorá-las, ou as interpretam segundo suas conveniências… Os Espíritos Consoladores integram o grupo dos embaixadores do Cristo, que se desdobram em atenção e auxílio à população terrena, esparzindo paz, esperança e fé por onde passam.

 

“Deus! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra. Deixai-nos beber nas fontes desta bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos de braços abertos, Oh! Poder. Oh! Bondade. Oh! Beleza. Oh! Perfeição. E queremos de alguma sorte, alcançar vossa misericórdia.

Vemos de início uma exaltação ao poder do amor Divino, e rogamos permissão para absorvê-lo, a fim de obtermos o alívio das dores. Expressamos nossa gratidão unificando pensamento e coração (razão e sensibilidade).

Neste ponto da prece é feita uma analogia entre Moisés e nós, na expectativa de que as perfeições Divinas encontrem em nosso interior, espaço para germinarem e frutificarem (o Reino de Deus está dentro de nós), transformando-nos em Seres mais evoluídos; e para tanto rogamos a misericórdia divina.

 

“Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós; dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se deve refletir vossa imagem”.

A prática da caridade na sua pureza, o caminhar paralelo da fé e razão, a simplicidade da alma que reflete a imagem Divina são quesitos que permitem nossa evolução espiritual de sorte a “ajudar o progresso”, condição que nos faz alcançar degraus evolutivos mais altos e nos aproximar do Pai.

Caro leitor, há quem questione a tradução “dai-nos a força de ajudar o progresso”, preferindo “dai-nos a força de progredir”. Eis o texto em francês para sua análise:

Dieu! Nous donne la force de faire progresser pour aller jusqu’à vous”.

Embora as traduções sejam semelhantes, diferem na condição, sendo a primeira opção de ordem coletiva (progresso da Humanidade) e a segunda de ordem individual( progresso próprio).

Esta oração é de rara beleza, e seus dizeres expressam grande parte das irradiações mentais que efetuamos na prática do Evangelho no Lar.. Um presente de Natal que o Céu nos enviou.

Encerramos estes apontamentos com a explicação do instrutor Alexandre a André Luiz sobre a importância da oração:

“Em cada segundo, André, cada um de nós recebe trilhões de raios de vária ordem e emitimos forças que nos são peculiares e que vão atuar no Plano da vida, por vezes em regiões muitíssimo afastadas de nós. Nesse círculo de permuta incessante, os raios divinos, expedidos pela oração santificadora, convertem-se em fatores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e iluminação da consciência. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma-se, gradativamente, em foco irradiante de energias da divindade. (Missionários da Luz – André Luiz / Francisco C. Xavier – cap.6 – A oração)

01

Leave a Reply