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Obstinados pela manutenção da pureza da mensagem cristã primitiva, os paladinos da doutrina […] não aceitavam o enxerto prejudicial à seiva do Cristianismo.

Pelejaram o bom combate, deixando definidas as linhas do vero ideal, indenes às arremetidas profanas de reis e sacerdotes vaidosos, que caricaturaram o pensamento do Cristo, apresentando, no formalismo e nos rituais cansativos, carentes de conteúdo, uma religião que é antípoda àquela que foi vivida pelo Mestre, em augusta simplicidade e pureza.

Substituindo o culto pagão, tradicional, por outro equivalente, rotulado de cristão, aproveitaram-se mármores e bronzes antigos, que representavam as deidades mitológicas para neles esculpirem os novos santos e mártires.

Abandonaram a pulcridade da Natureza e a singeleza das casa de reunião para erigirem templos faustosos, onde se pudessem guardar tesouros que faziam falta, pela carência de pão, às massas agoniadas.

Ofereciam ao povo remotas possibilidades de salvação, como os Césares, que antes doavam pão e prazer nos circos imensos.

[…] O Espiritismo tem a missão de restaurar o Cristianismo primitivo.

Precatem-se os novos trabalhadores contra o vírus da presunção, o incenso da vaidade, os partidos do egoísmo.

[…] Como a divina sabedoria sempre retira de tudo o melhor, para o proveito e o progresso da criatura humana, os que confundiram a palavra do Evangelho, retornam para libertá-la; os que se empenharam na edificação de templos e altares volvem para transformá-los em museus de arte e história e, enquanto o mundo rapidamente se transforma às expensas da Tecnologia e da Ciência, os homens, veramente tocados por Jesus, laboram pela reconstrução do ideal evangélico nas mentes e nos corações, a fim de salvarem e dignificarem os sofredores de todo o planeta, nos estertores em que padecem.

 

Divaldo P.Franco pelo Espírito Vianna de Carvalho in Roteiro de Libertação – 1ª ed. pág.124

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