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Certo dia, na pequena cidade de Limeira, junto à linha férrea, achava-se o guarda-chaves em seu posto no momento em que chegava o trem paulista, quando viu seu filhinho, menino de seis anos, a correr alegremente para ele, sem prestar atenção no trem que já fumegava na curva.

Em sua corrida precipitada, o pequeno aproximou-se da linha, pretendia, decerto, atravessá-la. Mas não teria tempo. Seria fatalmente colhido e esmagado pela locomotiva.

Ao guarda-chaves não era permitido abandonar seu posto para acudir o filho. Bem sabia que um descuido de sua parte poderia causar uma catástrofe e a perda de centenas de vidas. Que fez naquela indecisão angustiosa, na luta entre o dever de homem e o amor de pai? Teve a feliz ideia de gritar, energicamente, ao pequeno:

─ Para aí!

O menino, prestes a transpor o leito da linha, obedeceu como um autômato, no momento mesmo em que o trem passava num torvelinho de poeira.

Malba Tahan

 

Pequeno leitor!

A obediência é uma virtude que exercemos conforme a compreensão do que deve ou não deve ser feito. Por exemplo, não obedecemos alguém que nos manda maltratar um cãozinho, porque isso vai contra os nossos princípios morais; sabemos que é errado. Ao contrário, obedecemos quem nos manda realizar algo que trará benefício ao próximo; sabemos que isso é correto.

Mas… como se desenvolve em nós a virtude da obediência?

Ora, ela tem início logo que nascemos. Nossos pais são os primeiros a nos ensinar sobre os atos que podemos ou não realizar, palavras que podemos ou não dizer, atitudes que podemos ou não tomar.

Às vezes, quando crianças, nossa vontade quer se sobrepor à de nossos pais e professores, mesmo sabendo que não estamos com a razão… Isso se chama teimosia, orgulho, rebeldia, insubordinação.

Devemos ouvir, respeitar e atender àqueles que têm, por direito, autoridade sobre nós. Quem são os que têm esse direito?

Deus em primeiro lugar. Ele é o Autor Universal. Tem, portanto, autoridade plena sobre todas as coisas.

Os pais em segundo lugar. Em seguida, os mestres e os chefes.

Quando, por fim, aprendemos a obedecer, estamos prontos para mandar…

A juventude que obedece a Deus, aos pais e aos mestres está salva. Sabe acertar seus passos, aumentando o valor de suas ações.

O garoto de nossa história teve sua vida salva, porque obedeceu à ordem drástica de seu pai: “Para aí!”

Sejamos obedientes a Deus e aos que nos são superiores, de modo que venhamos a ser obedecidos quando chegar a nossa vez de educar e formar moralmente alguém.

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