Narra-se que um caçador, em terras canadenses, surpreendeu certo dia um ninho de águias, construído em rocha alta, nas vizinhanças da cabana onde se abrigava, durante a temporada de caça. Resolveu tirar do ninho um dos filhotes e levá-lo consigo. A ave, ainda implume se deixou conduzir. O caçador, finda a temporada, retornou ao próprio lar e aos demais afazeres de sua vida. Porque fosse também afeiçoado à criação de algumas espécies animais, mantinha em seu vasto terreiro, um expressivo número de pintinhos. Foi ali, junto aos demais filhotes de galinha, que a pequena águia passou a viver, esquecendo-se de sua origem.
O tempo passou. As penas abundaram no corpo da ave de rapina, fazendo com que ela se destacasse do grupo. Contudo, passava os dias a ciscar, tal qual o faziam os pintinhos. Certo dia, quando a pequena águia repousava tranquila, avistou uma grande águia que sobrevoava o vasto terreno. Observou-lhe o vôo majestoso, o domínio dos céus. Era um ponto negro movendo-se pelo anil do firmamento.
Então, uma estranha agitação tomou conta da aguiazinha. Desdobrou as asas, ficou na ponta das suas patas e principiou a correr. Depois, soltou um grito estridente e alçou voo, em direção à sua irmã. Em breve, também ela não passava de um pequenino ponto escuro na linha do horizonte.
Descobrira, enfim, que não nascera para viver limitada nas estreitas vias de um quintal. Seu destino era o infinito, a amplidão, conquistar as rochas mais altas, buscar os rochedos agudos. Enfim, uma vida plena, para lá das nuvens e das tempestades.
(Lendas do Céu e da Terra – Malba Tahan)
Amiguinho leitor!
Que bela lição aprendemos com a aguiazinha!
Assim como ela, que vivendo entre as galinhas e seus pintinhos nunca percebeu que pertencia a uma classe de aves de voos superiores, muitos de nós que vivemos na Terra, não percebemos que nossa origem é divina… Esquecemos de que fomos criados pelo amor de Deus e de que nosso destino é alcançar as alturas da perfeição para podermos ser realmente felizes.
Ficamos presos nas coisas do mundo material, procurando sempre facilidades, prazeres e alegrias que duram pouco.
Quantos jovens se interessam por adquirir conhecimento? Por um Curso que lhes propicie um trabalho digno? Por cultivar hábitos saudáveis sem entrar pelos caminhos do vício? Quantos se interessam por entender e seguir os ensinamentos do Cristo que, se praticados, produzem a elevação do Espírito?
No entanto, como a aguiazinha, chegará um dia, breve ou distante, em que todos nós haveremos de redescobrir nossa filiação divina e então, atraídos pelas vozes sublimes, desejaremos atingir de verdade, a amplidão do Céu. Então, será um dia de felicidade suprema, e tal como uma águia, empreenderemos voo rumo à perfeição, para o alto, para cima.
Mais grandioso do que o voo das águias é o da alma, quando se deixa levar pelas grandiosas realizações da vida, que ultrapassam a estreiteza de uma jornada na Terra, curta e breve, diante da Eternidade.
Você sabia?
Que é no hemisfério norte que habita a águia que é considerada a rainha dos céus? Chama-se águia real e atinge 2 metros de envergadura.
E que a águia-do-mar é a ave símbolo dos Estados Unidos? Ela foi escolhida pela sua coragem e beleza. Pode ser encontrada na América do Norte e na Sibéria.