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A menina tem somente dois anos. Porque os pais tivessem alcançado êxito em que ela abandonasse as fraldas, resolveram comemorar.

Foram para o Shopping e disseram que ela poderia escolher um brinquedo.

Durante vinte minutos a loirinha despejou seus olhos azuis por entre as prateleiras das bonecas porque o que ela desejava era uma boneca.

E, embora tenha passado mais de uma vez, olhando cada uma delas, retornou para a primeira que vira e gostara. Era uma boneca negra, de jaleco branco e um estetoscópio pendurado no pescoço.

Feliz com seu presente, Sophia foi para o caixa. A operadora lhe perguntou, de imediato, se ela estava indo para uma festa de aniversário.

Ante a negativa da pequena, no entanto, afirmou como quem tem certeza: Então, você escolheu esta boneca para uma amiga.

Porque a pequena parecesse não entender o porquê da indagação e da afirmativa, a mãe se adiantou e explicou se tratar de um presente para a própria menina.

A mulher ficou perplexa. Olhou para Sophia e, não satisfeita com tudo que dissera e as explicações que recebera, indagou se ela tinha certeza de sua escolha.

Sim, por favor, disse a garota.

Mas ela não se parece com você, continuou a operadora de caixa. Na loja temos muitas outras bonecas que se parecem mais com você.

A mãe ficou zangada e desejou dizer algo. Afinal, qual era o problema que sua filha quisesse uma boneca negra?

Mas, Sophia se adiantou e defendeu a sua escolha:

Claro que ela se parece comigo. Ela é médica, como eu. Eu sou uma garota bonita e ela também é. Você está vendo o cabelo lindo dela? E o seu estetoscópio?

Finalmente, a mulher disse: Ah, que legal!

(Redação do Momento Espírita)

 

Pequeno leitor

Nossa história deste mês relata um fato ocorrido numa loja de brinquedos no Estado Americano da Carolina do Sul.

O que aconteceu ali permite-nos refletir sobre como nos comportamos em relação às diferenças raciais.

A operadora de caixa demonstrou com clareza ser uma pessoa preconceituosa. Insistindo com a garota para que trocasse de boneca porque “não se parecia com ela”, revelava sua indignação com a escolha da menina.

Em geral são os adultos que estabelecem o preconceito para as crianças. Não nascemos com a ideia de que a cor da pele é algo importante. Existem vários tipos de pele, diferentes tipos de cabelo, de olhos. Todos os tons são lindos. O que importa, de verdade, é a essência da pessoa, o que ela representa no mundo em termos de caráter, dignidade, bondade, cidadania.

Grande lição nos ministrou Albert Einsten ao preencher o formulário de imigração nos Estados Unidos, no item raça. Ele simplesmente escreveu: humana.

Somos seres humanos. Quando nos revestiremos de humanidade, deixando de criar separações pela simples cor da pele? Quando olharemos uns para os outros com olhos de ver, com olhos de respeito e consideração?

Por que estabelecemos tantas separações se somos todos filhos do mesmo Pai, vivemos no mesmo grande lar chamado Terra?

Pensemos nisso.

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