Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe tinta e pincéis e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante como fora contratado para fazer. Enquanto pintava, notou que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Procurou e descobriu que a causa do vazamento era um buraco e o consertou.
Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e foi embora.
No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e lhe entregou um cheque de grande valor. O pintor ficou surpreso e disse:
─ O senhor já me pagou pela pintura do barco.
─ Mas isto não é pelo trabalho de pintura ─ disse o homem ─ é por ter consertado o vazamento do barco.
─ Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar ─ acrescentou o pintor. Certamente o senhor não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!
─ Meu caro amigo, você não compreendeu ─ disse o proprietário do barco. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento. Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois me lembrei que ele tinha um furo. Grande foi meu alívio e minha alegria quando os vi retornando, sãos e salvos. Então, examinei-o e constatei que você o havia consertado. Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua “pequena” boa ação…
Pequeno leitor!
Lendo a história reservada para este mês, deve ter observado a importância que tem um serviço prestado de boa vontade.
Em cena temos um pintor e um barco. O pintor, contratado para pintar a pequena embarcação, se depara com um furo no casco. Ele poderia ter feito o serviço sem se importar com o furo… Em geral, é assim que as pessoas agem, mas, este, da nossa história, teve uma atitude incomum: consertou o barco. Isso fez uma enorme diferença, pois, o que teria acontecido aos filhos do proprietário do barco, que saíram à pesca, sem term conhecimento da existência daquele buraco?
Considerando-se o valor do gesto nobre, pode-se avaliar o caráter daquele pintor. O que mais costumamos ouvir é: “Não estou sendo pago por isso”… “Farei só o que me foi pedido”… Atitudes como essas revelam a falta de boa vontade, de espírito de cooperação, de ganância, de preguiça.
Tudo o que fazemos que vai além da obrigação, revela o grau de gentileza, carinho, atenção, preocupação que temos para com o próximo. As coisas que demandam um esforço maior de nossa parte e pelas quais não recebemos pagamento algum, podem escapar aos olhos do mundo, mas, certamente não escaparão aos olhos de Deus que sabe avaliar o comportamento de cada criatura diante dos fatos da vida.
O gesto de atenção sempre faz a diferença entre os seres humanos. Por isso, toda vez que surgir em seu caminho a oportunidade de ser útil, sem receber pagamento por isso, seja. Estará pondo em prática a Lei do Amor, tão exemplificada por Jesus, que jamais recebeu algo em troca por todos os favores prestados à Humanidade.
Seu Espírito estará ganhando com isso…