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─ Sabe da última, senhor Leão?

Era a Avestruz passando adiante, o que todos os bichos do zoológico estavam comentando: o sumiço da girafa.

O Leão nada disse.

Ao amanhecer, a Girafa não estava em seu cercado. Havia desaparecido sem avisar ninguém.

Cada animal tinha uma versão diferente do fato; falavam sem parar…

─ Com certeza, dona Girafa se cansou da monotonia do Zoo!!! Dizia o macaco.

Alguns pensavam em sequestro, imaginavam o resgate milionário (que ninguém havia pedido ainda!)…

O Hipopótamo, muito amigo da Girafa, sofria com toda essa falação. Imaginava os mil perigos que sua amiga corria, pensava até que podia ser o culpado dessa “fuga”: e se tivesse falado algo que magoou a sensível girafa, e por isso ela tinha ido embora?

Percebendo a agonia do Hipopótamo, o Leão, muito sensato, o chamou:

─ Escute, amigo, cuidado com o que estes bichos falam. Ninguém tem certeza de nada e ninguém viu nada. Os que não têm muito o que fazer, falam da vida dos outros animais, e acabam tirando conclusões precipitadas, fazendo “fofocas”…

Foram interrompidos por uma Formiguinha que, esbaforida, saltitava para ser ouvida:

─ Eu vi! Eu vi! Vi um caminhão do circo aqui no zoológico!…

Foi uma gritaria só. Todos tinham certeza: o mistério do sumiço da Girafa estava solucionado! Estava na cara que ela iria virar artista de circo! Como não tinham pensado nisso antes? E saíram a espalhar a novidade para todo o zoológico.

Ficaram apenas o Hipopótamo (choramingando porque sua amiga nem se despedira dele!…) e o Leão, imperturbável.

Para surpresa de todos, instantes depois apareceu a Girafa, explicando como podia (pois sua boca estava anestesiada), que durante a noite ela fora ao dentista. Seu dente doía muito, e o médico do zoológico percebeu e por isso a haviam levado imediatamente.

E o Hipopótamo tinha acreditado naquela confusão toda que os bichos fizeram!

Ele entendeu, então, o que o Leaõ lhe explicara. É preciso refletir muito sobre o que os outros falam, para não se deixar levar por fofocas e mentiras…

 

História: Letícia Müller

Desenho: Cristina Chaves

 

Amiguinho leitor!

Trouxemos para sua leitura deste mês um assunto palpitante: a “fofoca”.

Quem nunca fez um comentário maldoso sobre alguém? Quem nunca se interessou em saber o que alguém está falando sobre outro alguém? Todos nós, não é mesmo?

Isso acontece tanto, que infelizmente a fofca passou a ser considerada um comportamento normal, porém, em verdade é um hábito que só traz prejuízos a quem o cultiva.

Quase sempre, quando censuramos o comportamento de uma pessoa e espalhamos o que sabemos, sentimos um certo prazer em mostrar aos outros que somos melhores do que a criatura de quem estamos falando… Mas, será que no lugar dela não faríamos a mesma coisa, ou algo pior? Nessa hora esquecemos de um importante ensinamento do Mestre Jesus: “Fazei aos outros o que quereis que vos façam”. Ficaríamos felizes, se soubéssemos que um amigo comentou com outros uma particularidade de nossa vida, ou um erro nosso? Então, respeitemos as dificuldades de cada um para que sejamos também respeitados na nossa.

Ainda há um outro ensinamento do Cristo sobre o qual devemos refletir muito: “Não julgueis para não serdes julgados”. Olhem só o caso da girafa: estava sendo julgada pelo seu desaparecimento durante a noite. Ninguém sabia de nada, mas todos “achavam” alguma coisa… Quando a verdade apareceu, todos perceberam o erro que cometeram em julgamentos precipitados.

Pequeno leitor! Há muita coisa interessante para fazer e aprender, em vez de se preocupar com a vida alheia. Essa preocupação só tem razão de ser se tiver um fim útil, isto é, se for para ajudar aquele que esteja passando por algum tipo de dificuldade.

Ocupemos nosso tempo de forma proveitosa e certamente estaremos seguindo os ensinos do Cristo.

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