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Grande parte da Humanidade terrena não ignora os fenômenos de transformação por que passa o planeta. Não me refiro apenas às hecatombes físicas que abalam e modificam a estrutura terrestre, mas, e principalmente, aos abalos morais.

Desse estrugir de ideias e comportamentos que se chocam num crescendo é que surgirá o novo mundo, a nova era. Um verdadeiro embate a separar o joio do trigo. Este colapso, onde os valores seculares são abatidos pelos novos que se insurgem, lembra a destruição de um velho casarão feita de forma imprudente, sem projetos prévios de construções que o substituam.

Instala-se, dessa forma, a confusão, como consequência da permissão do abuso da liberdade. Vê-se, em geral, a indisciplina invadindo lares, instituições e sociedades sob o subterfúgio de revisão de conduta. Essa característica é típica da agitação moral que a transição provoca, guardando em seu bojo lutas gigantescas e necessárias. Indubitavelmente, nesse caldo das paixões e das sombras que se entrechocam, o Espiritismo haverá de ser o ponto de equilíbrio a sanar os distúrbios psíquicos e as perturbações em geral, fazendo luz onde as trevas tentam a todo custo se implantar.

Caro leitor, observe que no correr dos séculos, as civilizações tiveram seus momentos de grandeza e decadência. Todas elas ruíram, abrindo espaço a novas construções, a novas ideias, numa demonstração de que as mudanças ambientais se fazem acompanhar das morais. Numa analogia com o passado distante, trazendo a título de exemplo as Três Revelações, percebe-se a transformação do Ser humano, de Moisés a Cristo, de Cristo ao Espiritismo, nas sucessivas reencarnações e na diversidade de regiões a que foi colocado para vivenciar suas experiências. Essas mudanças foram paulatinas, englobando no homem moderno a essência de cada uma das fases.

Efetivamente, a maior das transições é a que estamos vivenciando agora. Trata-se da grande ceifa. Do grande expurgo. E cabe ao Espiritismo despertar os que ainda dormem, no ensejo de lhes oferecer a dádiva da salvação.

Coloque-se, cada um, na posição de construtor dos novos tempos. Para isso não se faz necessário adotar postura de grandeza no palco da vida. Não é exigido de ninguém experiências que figurem nos registros históricos a exaltar personalidades. Basta que se tenha um coração atento na obra regeneradora. A religião dos Espíritos é pródiga em apontar situações de pequeno porte, ao alcance de quem se interesse por esse projeto futurista. A imagem do copo de água fria que aplaca o tormento da sede mostra a força desse pequeno gesto. Saindo da letra para o espírito do ensinamento, esse copo d’água pode ser a frase calmante que diminui a aflição. São inumeráveis os males, as lágrimas, os problemas, os conflitos que enxameiam em toda parte. O simples fato de não aumentá-los, fazendo silêncio e oração no intuito de minorar as agruras do semelhante, são práticas singelas que abrandam as dores da alma.

Diante dos tempos novos que se aproximam, mas ainda com os pés fincados nas horas difíceis da transição, o homem terreno que se sustenta na fé espírita solicita aos Planos Superiores, rumos e direcionamentos de modo a conduzir de forma segura os compromissos e deveres que lhe cumpre desempenhar. Sabe, por intuição e pelo conhecimento dos postulados espíritas, que os tempos são chegados, e que somente com o suporte que vem do Alto terá forças para os enfrentamentos que deverá vencer. Obviamente, a Vida Maior não será insensível às súplicas e negativas que vêm da Terra, mas, faz-se mister considerar que se as criaturas aguardam pelas Forças Divinas, estas também esperam por aquelas. Infere-se daí, que é preciso saber receber tais Forças, prestigiando-as e acolhendo-as na área de trabalho a que se está vinculado, como no campo de ideal, envidando esforços na semeadura da paz e fortalecendo o serviço de elevação.

A construção do Planeta de Regeneração é de todos. Sem distinção. De amor incondicional. De estruturas solidificadas na fé e na esperança de um porvir de tréguas, de refrigério e de elevação espiritual.

“O Espiritismo, com o espectro lirial de seus ensinamentos é o único arsenal divino que o Cristo permitiu descer ao homem para encouraçá-lo de luz e preveni-lo contra as armadilhas e as arremetidas do mal. E por que o homem ainda não se revestiu dessa luz? A resposta, se dada com honestidade seria muito embaraçosa, e nos remete a uma nova pergunta: Dos sete bilhões de Espíritos encarnados atualmente na Crosta, quantos estão dispostos ao esforço hercúleo de aprofundar-se na ciência espírita e revestir-se dessa armadura para se tornar um vencedor em Jesus? (Mário Frigéri – “As Sete Esferas da Terra – cap. 13).

 

Yvone

 

Fonte de consulta:

“Mãos Unidas” – Emmanuel / F. C. Xavier – cap. 28

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