Visitei, em certa ocasião, em companhia de alguns familiares, uma extensa plantação de macieiras, pertencente a uns amigos, grandes produtores de maçãs. O terreno estava totalmente quadriculado por compridas e paralelas linhas que se cruzavam perpendicularmente. Em cada cruzamento havia uma macieira.
Percorríamos os longos corredores à sombra das árvores frutíferas, quando percebemos que as macieiras estavam unidas entre si, através de um ou mais galhos enxertados nos galhos das árvores vizinhas. Cada macieira estava, portanto, ligada pelos enxertos a quatro outras macieiras, criando dessa maneira uma rede de comunicação entre elas.
─ Assim ─ explicava a moça que nos acompanhava ─ as macieiras se ajudam mutuamente. A macieira mais fraca recebe seiva das macieiras vizinhas, fortalecendo-a. Se alguma doença ataca as raízes de uma árvore, ela compensa a perda de alimento com a seiva recebida através das comunicações feitas pelos enxertos.
Esta partilha da seiva ─ continuou respondendo a uma pergunta nossa, ─ não enfraquece as macieiras doadoras: torna-as mais fortes.