Skip to main content

O planeta Terra está em transição. Pessoas, em diversos graus evolutivos, convivem sob o manto da benevolência Divina em busca do próprio aperfeiçoamento.

A todo momento, o Homem sente a necessidade de buscar em seus referenciais o suporte para julgar situações a fim de poder tomar decisões. É da sua natureza desconfiar do desconhecido, recear o novo e temer mudanças. Da mesma forma, é-lhe intrínseco sentir-se na posse da verdade quando se vê em posição de superioridade.

Tanto nas situações favoráveis quanto nas adversas, a tendência a formar ideias prévias sem qualquer fundamento crítico ou lógico é quase inevitável quando o ignorante – aquele que ignora, que não entende – busca superar a sua incapacidade de lidar com o desconhecido.

Jesus foi julgado pelos homens por apresentar a Boa Nova. A ignorância o condenou, pois os incapazes de compreender acusam e perseguem, eles não conseguem amar.[1]

Ainda assim, O Cristo foi caridoso para com os Seus irmãos: “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem”. Em lugar de criticar seus algozes e seus seguidores, que se calaram, escolheu o caminho da tolerância e do perdão.

“Lamentai a cegueira, porém não os maldigais”[2]

O Mensageiro do Amor sabia que não havia conseguido alcançar os corações daqueles que lhe impingiam a chaga e não os culpou por suas escolhas. Entendeu e aceitou as limitações de seus perseguidores, aconselhou e agiu em conformidade com o bem, suportou a dor da Humanidade e concluiu sua missão no Orbe deixando um legado de amor e fraternidade.

Ele sabia que pré-julgamentos são fontes de discórdia. Revidar o mal com o mal é tornar-se igualmente mau. O mal é a ausência do bem. A bondade é fonte de energia espiritual que propaga harmonia em favor da lucidez. Toda boa obra roga auxílio a fim de se aperfeiçoar[3]. Deve-se ajudar aquele que necessita de auxílio sempre que possível.

Para que seja um ato de bondade de fato, é necessário cuidado para que essa assistência seja generosa: ajudar sem criticar, orientar sem superioridade, socorrer sem esperar retorno. Nunca oferecer migalhas em troca de cooperação e benefícios materiais de quem quer que seja. O Criador não é negociante, mas Pai. Pai amoroso, consciente e educador. [4] “Enviou Seu Filho para ensinar tolerância e indulgência, dois aspectos da maior expressão de amor: a caridade, atitudes a serem persistentemente exercitadas.”

Urge, pois, vigiar o pensamento, dominar a palavra e lembrar que todos já sofremos com dolorosas e desafiadoras lições espirituais, e encontramos conforto e estímulo nos amigos, nos guias invisíveis e na Misericórdia Divina.

O Criador é indulgente para com as suas criaturas, encoraja e corrige através de leis eficientes e claras3. Habitue-se a destacar a parcela de luz nos fatos e nas pessoas. Tolerância é hábito. Seu exercício constante demonstra a compreensão da condição de irmandade entre os Homens. Quanto mais exercitar a compaixão para com as faltas alheias, e cultivar o sentimento de misericórdia nas relações, mais despertará as forças sutis da bondade4, e sentirá, então, a gratidão por somar bem ao universo, amando ao próximo como a si mesmo.

 

Lila

 

[1] Franco, Divaldo, pelo Espírito de Amélia Rodrigues. “Pelos caminhos de Jesus”. 7ª Ed, 2012, p.87.

[2] Kardec, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Capítulo XXIV, item 19.

[3] Xavier, Francisco C., pelo Espírito Emmanuel. “Livro da Esperança”. Capítulo 27.

[4] Oliveira, Wanderley, pelo Espírito Ermance Dufaux. Lições para o autoamor. Capítulo 32.

Leave a Reply