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Numa cidadezinha do interior havia uma escolinha com uma única professora. Ela lecionava para todas as crianças da cidade. Ela amava as crianças e as crianças também a amavam muito.

No dia do professor, as crianças estavam agitadíssimas, cada uma querendo ser a primeira a entregar o seu presente à professora: os filhos do dono da chácara trouxeram uma cesta de frutos, cada um mais bonito e cheiroso que o outro; os dois loirinhos, filhos do dono da granja, trouxeram uma boa quantidade de ovos; a menina gorduchinha, filha da cozinheira, trouxe um belo bolo; os três pequerruchos da fazenda União trouxeram um cabrito e o menino-índio, único índio na escola, deu-lhe uma concha.

A professora ficou encantada com o nacarado da concha e colocou-a logo junto ao ouvido para escutar o barulho do mar que a concha reproduzia. Ela estava embevecida quando reparou que o menino índio tinha os pés e as pernas muito empoeirados, a unha do dedão quebrada, o short, além de gasto estava sujo, a camisa molhada de suor revelava braços e mãos imundos e o rostinho ─ nem se fala! ─ naquele rosto encardido, os olhos faiscavam de alegria.

Só no confronto com esses olhos, a professora se deu conta de que a praia mais próxima estava a três horas de caminhada. Considerando a volta, isso significava seis horas de caminhada ininterrupta e perguntou ao menino:

─ Mas você foi até a praia buscar essa concha para mim?

E ele respondeu:

─ A caminhada faz parte do presente!

(autor desconhecido)

 

Amiguinho leitor

Mês de outubro! Mês em que se comemoram o “Dia da Criança” e o “Dia do Professor”.

Por essa razão trouxemos uma história que revela a pureza de sentimentos que, em geral, os pequenos possuem.

Esta historieta revela o carinho das crianças para com sua professora. Por terem por ela afeição especial, ofertaram-lhe coisas singelas que fossem úteis e pudessem agradar a mestra querida. Foi assim que recebeu frutos, ovos, bolo, cabrito e… uma concha do mar.

A conchinha tinha um significado diferente dos demais presentes. Se aqueles representavam alimento do corpo, esta alimentava a alma.

O indiozinho, certamente, queria que seu presente permanecesse gravado na memória da professora; sempre que colocasse a concha junto ao ouvido e ouvisse o barulho do mar, seu pensamento a levaria à praia distante, de areias brancas e ondas saltitantes. Assim fazendo, com certeza iria lembrar-se dele…

O sacrifício que fez para conseguir a conchinha, não passou despercebido à professora. Vira o estado em que se encontrava: pés e pernas empoeirados, unha quebrada, camisa molhada, mas o rosto… ah! Estava radiante de felicidade, apesar das dificuldades encontradas. O que fazia seu presente ser tão especial foi o sacrifício que fez, o “dar de si” para consegui-lo. Cumprira a sua missão!

Este conto nos faz voltar a um tempo distante, em que um fato semelhante ocorreu. Algo parecido fez Jesus por toda a Humanidade. Veio de muito longe, de sua morada de luz, para entregar um presente: o seu Evangelho. Aqui chegando, andou por estradas poeirentas, enfrentou todas as dificuldades e desafios do caminho, foi machucado em seus sentimentos, muitas vezes perseguido, e tudo sofreu em silêncio para que seu presente ficasse gravado na alma das criaturas, na certeza de que, quando fizessem uso do Livro Luz praticando suas lições, Ele seria lembrado. “A caminhada fazia parte do presente”, e Ele cumpriu sua missão!

O menino índio demonstrou sua gratidão à professora querida. Sigamos seu exemplo homenageando o Mestre, o maior professor que a Terra já teve, praticando tudo o que Ele ensinou, mostrando com isso que seu presente tocou fundo nosso coração. Ele ficará feliz..

One Comment

  • Lila Kuhlmann disse:

    Olá! Parabéns pela publicação! Saibam que há cerca de um mês, li esse texto com o meu filho, discutimos o tema, o qual se mostrou bastante frutífero, pois, por três vezes, utilizei a moral dessa história como subsídio para educá-lo. Ofereço a minha gratidão!!!

    Gostaria de saber como acessar os textos antigos. Eu não costumo guardar os jornais após lê-los e agora me arrependo. Há alguma fonte de pesquisa?
    Gratíssima, Lila.

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