O homem, viajante do Cosmo, vive sua trajetória evolutiva atravessando períodos de luz e sombra.
Sempre que sintoniza forças de ação superior, seu campo mental se repleta de claridades, e embora não possa vê-las com os olhos da matéria é capaz de senti-las na alma e expandi-las aos que o cercam. Verifica-se o mesmo na posição inversa, isto é, unindo-se mentalmente às energias de caráter inferior, mergulha em sombras que, ato contínuo, projeta ao seu redor.
O claro-escuro portanto, será sempre um estado de espírito que a criatura escolhe para vivenciar. A escolha se verifica em função dos impulsos que falam mais alto em seu interior.
Significativa fração da Humanidade encontra-se imersa em sombras porque traz de antanho pendores e características forjadas no desvio da Lei; camadas escuras de ignorância obscurecem-lhe a visão. Acostumou-se à escuridão que, de alguma forma, sacia-lhe os apetites grosseiros. Por vezes confunde-se e perturba-se, sentindo-se ameaçada com a presença da luz que expõe seu caráter disforme.
Extasia-se diante da explosão de fogos de artifício de duração efêmera que encantam os olhos mas, não iluminam caminhos. De maior gravidade ainda é o resplendor sinistro dos bombardeios que exterminam vidas. Claridades estranhas são emitidas das armas de fogo em ação. São sombras mascaradas de luz.
Não obstante, outra parcela dessa mesma Humanidade tem seus pensamentos voltados para os códigos divinos inscritos no Evangelho do Cristo.
O Mestre Jesus veio iluminar a Terra e o fez projetando luz de Si mesmo.
Chegou em silêncio, sem alaridos perturbadores. Não impôs Sua doutrina de amor, mas exemplificou-a de tal forma que a deixou gravada para sempre nos registros cósmicos do Planeta.
Vive-se momento de crise, onde as forças do bem e do mal, da luz e das trevas se chocam. Os brilhos falsos da vaidade são capazes de ofuscar os incautos que se acreditam possuidores de méritos. A cólera traça coriscos chamejantes no ar incendiando a mente do irado, nublando-lhe a razão na ação criminosa. A labareda do ciúme é capaz de fazer ver o que não existe, rompendo a confiança e a relação. O vento que atiça a brasa da maledicência é capaz de transformá-la em chama perigosa de queimaduras profundas. São as forças do joio (sombra) interferindo no progresso do trigo (luz). Mas a ceifa se aproxima, e os ceifeiros do Senhor saberão distinguir uns e outros…
Os que buscam a luz do Cristo devem ter em mente que na Terra se encontram esparsos os verdadeiros e os falsos clarões que confundem e propagam a destruição.
Caro leitor, é chegado o tempo das indagações íntimas: que espécie de claridade projeto no caminho? Absorvi fulgores cristãos que possam levar a paz ao perturbado? Ilumino através de palavras e conselhos, entendimento e paciência os que estão ao meu redor no lar, no trabalho e na sociedade? Que espécie de luz brilha em meu roteiro? Por vezes as respostas são sinais alertando que carece ao candeeiro o combustível que o alimenta. Busque-se no Sublime Condutor de Almas o suprimento.
A renovação dos valores deve ser constante. Não podemos ser sempre os mesmos, pois a vida é movimento e portanto, como Espíritos imortais, aceitemos as mudanças sem medo e sem preguiça. Lancemos claridade sobre nossas próprias vidas, pois sempre há tempo para refazer os caminhos.
Transformar os quadros sombrios característicos da esfera carnal, em paisagens iluminadas, será antecipar dentro da própria luta a alegria da vitória final.
Yvone
Fonte de consulta: Emmanuel in “Segue-me” – Página do Natal.