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A literatura Espírita revela a verdade sobre a existência de vida inteligente em outros mundos, uns inferiores e outros superiores ao Planeta Terra. Também permite compreender a transitoriedade dos Espíritos nesses diversos globos habitados, conforme seja sua evolução moral e sintonia com a atmosfera fluídica em curso. Ainda, o processo de transmigração, ou seja, o intercâmbio que se opera, quando necessário, das entidades espirituais mais graduadas para darem assistência às coletividades que se demoram na retaguarda, ou o degredo daquelas que, em não acompanhando o progresso do Planeta em que habitam, são compelidas a estagiar em outros de padrão mais atrasado para a retomada de seu curso evolutivo, ao mesmo tempo em que transmitem a seus habitantes conhecimentos já adquiridos na Ciência e na Arte. Essa revelação nos permite um entendimento ainda que rudimentar das Leis de Justiça e de Progresso, ambas sob o pálio da Misericórdia Divina.

A ordem regular de progresso consiste em se emigrar gradativamente, do mais atrasado mundo para o mais evoluído, como ocorre no currículo escolar, isto é, na medida da graduação. Assim como cada ciclo exige avanço individual do aluno em suas etapas de aprendizado, num mesmo planeta muitas são as faixas de entendimento e de moralidade de seus habitantes. Há os iniciantes, os formandos e os intermediários em múltiplos níveis, todos num mesmo estabelecimento de ensino, que se cruzam diariamente ocupando lugares comuns, mas poucos são os que se sintonizam. Isso ocorre também em relação a Espíritos habitantes de um mesmo planeta.

Aqueles que se situam em faixas mais densas, nelas permanecem por força da atração vibracional, conquanto tenham acesso ocasional às mais sutis, até que possam galgar instância superior. Esta pequena introdução nos permitirá entender a existência das esferas da Terra – verdadeiras moradas espirituais – que se acham identificadas em fontes esparsas desde O Apocalipse de João, nos livros da série de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, e mesmo em obras da Codificação de Allan Kardec, material esse perlustrado por Mário Frigéri para a elaboração de seu livro intitulado “As sete esferas da Terra” ([i]), cujo resumo acaba de ser divulgado de forma bem didática ([ii]).

O planeta Terra está dividido convencionalmente em sete (7) dimensões, a saber: 1 – Abismo – termo empregado em Apocalipse. Região inferior, habitada exclusivamente por Espíritos sofredores em pior condição. A título de parâmetro, o autor faz uso da terminologia bíblica para dizer que aí vive o joio; 2 – Trevas – referência encontrada em Nosso Lar (Cap. 44), também denominada de “esferas subcrostais” em Obreiros da Vida Eterna, Cap. 15. Aí também se concentra o joio, mas em condição mais branda que a dos habitantes do Abismo; 3 – Crosta terrestre – habitada pelos Espíritos encarnados, onde se mesclam joio e trigo em todos os povos e nações; é nela que transitamos provisoriamente; 4 – Umbral – esta esfera envolve a Crosta terrestre e aí também coexistem joio e trigo, mas em ambientes separados, sendo o trigo acolhido em cidades amuralhadas – e são muitas ao redor do mundo – como Nosso Lar, situada sobre a cidade do Rio de Janeiro – enquanto o joio permanece numa “região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena” (Nosso Lar, Cap. 12 – O Umbral); 5 – Arte, Cultura e Ciência – esfera superior da Terra, onde habitam apenas aqueles Espíritos que estejam em processo de finalização depurativa na Crosta; 6 – Amor fraterno universal – esta esfera está reservada aos Espíritos que já perderam o contato direto com a Crosta terrestre e aqui raramente se apresentam (Obreiros da vida eterna, Cap. 3 – O sublime visitante); 7 – Diretrizes do planeta – região do Plano Divino também conhecida como “Esfera Resplandecente”, onde se encontra o Cristo, a governar este Planeta. Referências sobre ela são encontradas em Nosso Lar, Cap. 32 – Notícias de Veneranda.

Essas esferas assemelham-se a globos que envolvem uns aos outros, os maiores sobre os menores, interpenetrando-se, formando um imenso globo magnético de gradação variada onde os seres se ajustam conforme “…seu peso específico espiritual”. Em outras palavras, cada individualidade espiritual está vinculada psiquicamente a um determinado plano, e nele permanecerá até que adquira condições morais para se candidatar a esferas superiores do mesmo planeta, de onde num futuro distante ascenderá mundos melhores. Oportuna a referência que o autor faz a uma passagem descrita pelo Irmão Jacob no Capítulo Incidente em viagem, do livro Voltei, editado pela FEB, a respeito da forma comovente como um grupo de recém-desencarnados é transferido das regiões inferiores do Umbral para as superiores, sob a proteção do Dr. Bezerra de Menezes (Ob. Cit. Págs. 37/38). Impõe deixar claro que esse procedimento não se aplica aos Espíritos Superiores, seja porque já não necessitam da reencarnação, seja porque definitivamente sublimados.

A divulgação desse estudo tem o objetivo de nos levar à reflexão sobre nossas verdadeiras tendências e hábitos, para identificar onde estão nosso coração e mente frente a paixões, vícios, apegos excessivos à matéria, egoísmo, sensualidade, raiva, intolerância, perdão, humildade, paciência etc., em atitude de autoanálise do balanço de nossa economia espiritual, para sabermos, sem rebuços, para onde haveremos de retornar após a liberação do corpo físico que por ora nos mantém na crosta terrestre. Descortinada a verdade, e conscientes de que podemos e devemos evoluir aqui mesmo, não podemos perder mais tempo. É imperioso o abandono de impulsos baixos de qualquer natureza, o que se consegue através da assunção de um serviço ininterrupto de auto elevação.

De lembrar, por derradeiro, que o nosso querido Planeta passa por radical transformação, ao longo de um processo de transição planetária prestes a se consumar. As esferas que sofrerão as consequências imediatas dessa evolução serão as primeiras, isto é, do abismo e das trevas, pois serão erradicadas e seus habitantes degredados para mundos inferiores, porque já não sintonizarão com a nova ambiência psíquico-espiritual.

Marcus Vinicius

([i])   As sete esferas da Terra – Frigéri, Mário Ribeiro – FEB – Ed.2.016

([ii]) Reformador – FEB – março 2017

5 Comments

  • Valéria disse:

    Excelente reflexão, entender e buscar a melhor forma para seguirmos nosso caminho na evolução!

  • Glaicy Furtado disse:

    Excelente reflexão

    • Camilo disse:

      Os espíritos do abismo e trevas têm acesso à crosta terrestre? Para nos obssidiar?

      • Marcus Vinicius disse:

        Caro Camilo, em Nosso Lar, o instrutor Lisias esclarece a André Luiz que o Espírito que permanece nas sombras tem seu sentido divino de direção embotado.
        No abismo e nas trevas acham-se Espíritos sofredores em horrível situações de inferioridade e atraso.
        Embora as esferas da Terra se interpenetrem, esses Espíritos permanecem imantados naquela esfera que lhe é própria.
        Logo, não saem para obsidiar em outra esfera.
        No momento certo, imigram para esfera imediatamente superior.
        Espero haver contribuído para elucidar a dúvida.

  • Gerusa disse:

    Agradeço a oportunidade de mais essa reflexão.

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